Dorme na espuma do silencio uma tela inacabada
A tinta secou e meus desejos camuflou
A momentos de excesso digo basta
Que me doí esta atracção que me arrastou
Para uma felicidade que nunca me abraça
Já não sou fértil flor, que um dia frutos brotou
Já se foi a força de vendavais enfrentar
Com lágrimas lavei o que vivi e almejei viver
... sofri, senti e não esqueci, nem irei esquecer
Cansei de caminhar no breu, ofuscando meu olhar
Visto de coragem o desejo calado
Fecho o baú dos segredos
E vivo com nostalgia vivenciais de fantasia
E murmuro baixinho ao meu fraco coração
Permite-te doce coração... permitir-me dizer-te que não
E no meu louco divagar ao amor peço perdão
E digo, não !
© Ana Sousa Simões