Sinto-me viajante de um tempo estagnado aprisionada num
presente cinza sem capacidade de enxergar o futuro
Mas o futuro nunca existiu! Oh triste ilusão a minha que
vivi projectando sonhos numa ilusória realidade…
Mas nada é tão meu como os meus sonhos e por isso de sonhar sinto
saudade
Sinto-me num meio termo de pavor e horror e não vivo,
sobrevivo
Deambulando sem capacidade de pensar
Passo ao largo, do que e de quem, me apraz e observo a vida
que de mim escapa fugaz
Por escassos períodos do dia ou nas noites que passo
acordada, sinto uma centelha de fé e esperança e aguardo pacientemente a abertura das fronteiras
que me barraram…as vivencias que me condicionaram… a liberdade que deixei de
ter e o ar, sem mordaça, que preciso de respirar.
Nos entremeios sinto uma inocente ilusão e antevejo; um
planeta cuidado, lagos cristalinos de um azul espalhado, um mar de corais multicores
enfeitado, a terra abunda arvores de frutos e cereais, as armas guardadas no
museu de horrores recorda tempos de outrora que mais ninguém almeja viver…
antevejo um mundo que desejo
E nesta minha alienação retorno à realidade, visto a roupagem de quem enfrenta uma batalha, aceito a mudança, deixo meus sonhos voarem em asas de esperança e de pé enfrento o inimigo invisível numa guerra que sei, eu Irei ganhar!