Meu coração é fogueira apagada, desvanecido de negras cinzas e escuridão
Olho em redor e vejo a vida de demónio mascarada
E quão injusta pode ser a vida...
E eu, de esperança quase extinta, agarro-me ao sonho factível
Um silêncio agudo ecoa dentro de mim
Vai extenso o tempo... e perpétua um silêncio sem fim
Percorrem minhas veias caudais de desalentos
Neste caudal de algia, afasto a negra imagem e sou aceitação
Agarro sonhos embrionários e grávida de esperança
Volteio confiante no carrossel da vida
E ás cegas, numa espera sem metas, renego a dor
Embrenho espada esperançada, derrubando o predador
E neste percurso de trajectos inconcrectos
Almejo viajar em asas de condor
Sinto-me. Fortaleza em dor mergulhada
Lágrima caída, esperança evaporada
Solidão, em nostalgia desesperada
Falseio o enigma...
E sou tela colorida numa vida inventada.
Ana Sousa Simões