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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

E se não houver tempo?...





E se não houver tempo?...
Caminho nesta vida sonâmbula e resignada ou não… rasgo o silêncio com que me visto e me escondo
Neste murmúrio de impaciência avança a idade e com ela envelhecem meus sonhos e sem eles não me sei guiar
Sou ave sem gaiola de espírito livre que sem projectos não sabe voar
Não me privem de sonhar! Sonhos meus... que tantas e tantas vezes me fogem como farinha numa peneira que se prepara para se materializar
Num alimento gostoso que medrou com calor e afecto de quem com amor a soube amassar
E vacilo e a dúvida retoma… mas se não tiver tempo?
De abraçar, de beijar, de reencontrar …
Conhecer mundo, redescobrir a cidade e o país onde nasci
Mas que digo eu… deixai-me gritos indignados sei bem que são uma verdadeira ignomínia
À vossa afronta não cederei
Tenho em mim uma fúria de viver e neste meu frenesim habita a esperança e a fé
Acredito que a mente dos homens se abra e na complacência de Deus
Um dia esta epopeia de luta  irá vencer a praga destruidora
Aí, vou perseguir todos os sonhos adiados, sonhar outros nunca sonhados e despida de medo conquistá-los
Será mais um retalho de vida, da minha vida e de toda a humanidade que ficará nos caminhos da memória…
  Por ora... nas minhas palavras me aninho, esqueço o medo que à noite me estremece e de dia se desvanece arrepiando caminho
E atiro-me à vida com alma aconchegada

© Ana Sousa Simões