Acerca de mim

A minha foto
Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

 

Perdoei mas não esqueci
A ausência de afetos
A liberdade e os direitos renegados
As noites em branco passadas 
Com olhos por lágrimas molhados
Perdoei mas não esqueci
O covil onde vivi
O abuso, o insulto, o desamor
O ser vil asqueroso, imundo
Que pra sarjeta me endereçou
Perdoei mas não esqueci
As palavras mudas pela noite calada
Caminhando sem mapa 
Sem futuro na estrada
Só, perdida, desabrigada
Perdoei mas não esqueci

 

© Ana Sousa Simões



sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Vontade de Escrever


 À procura de um mote que me leve a escrever

Que na escrita eu forjo

O que quero ou não esquecer

O tempo passou e minha veia de versejar, o tempo levou

Já se foram os desejos insanos, desmedidos, proibidos, profanos

Já desisti de construir um futuro que a mim jamais pertenceu

Ainda que insaciada, desses anseios Minh 'alma já se esqueceu

Escrevia porque me doía um passado que me marcou

Almejando um futuro que a vida me tirou

Hoje vivo no presente

Ai de mim que feliz sou

Mas de escrever senti saudade

E saudosista eu sou

Convoquei a nostalgia que outrora me acompanhou

E à procura de um mote para escrever

Aqui eu estou.

© Ana Sousa Simões 


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Por Tempos de Pandemia, sinto-me!...

 



Sinto-me viajante de um tempo estagnado aprisionada num presente cinza sem capacidade de enxergar o futuro

Mas o futuro nunca existiu! Oh triste ilusão a minha que vivi projectando sonhos numa ilusória realidade…  

Mas nada é tão meu como os meus sonhos e por isso de sonhar sinto saudade

Sinto-me num meio termo de pavor e horror e não vivo, sobrevivo

Deambulando sem capacidade de pensar

Passo ao largo, do que e de quem, me apraz e observo a vida que de mim escapa fugaz

Por escassos períodos do dia ou nas noites que passo acordada, sinto uma centelha de fé e esperança e aguardo pacientemente a abertura das fronteiras que me barraram…as vivencias que me condicionaram… a liberdade que deixei de ter e o ar, sem mordaça, que preciso de respirar.

Nos entremeios sinto uma inocente ilusão e antevejo; um planeta cuidado, lagos cristalinos de um azul espalhado, um mar de corais multicores enfeitado, a terra abunda arvores de frutos e cereais, as armas guardadas no museu de horrores recorda tempos de outrora que mais ninguém almeja viver… antevejo um mundo que desejo

E nesta minha alienação retorno à realidade, visto a roupagem de quem enfrenta uma batalha, aceito a mudança, deixo meus sonhos voarem em asas de esperança e de pé enfrento o inimigo invisível numa guerra que sei, eu Irei ganhar! 

 © Ana Sousa Simões


quarta-feira, 24 de junho de 2020

E se não houver tempo?...





E se não houver tempo?...
Caminho nesta vida sonâmbula e resignada ou não… rasgo o silêncio com que me visto e me escondo
Neste murmúrio de impaciência avança a idade e com ela envelhecem meus sonhos e sem eles não me sei guiar
Sou ave sem gaiola de espírito livre que sem projectos não sabe voar
Não me privem de sonhar! Sonhos meus... que tantas e tantas vezes me fogem como farinha numa peneira que se prepara para se materializar
Num alimento gostoso que medrou com calor e afecto de quem com amor a soube amassar
E vacilo e a dúvida retoma… mas se não tiver tempo?
De abraçar, de beijar, de reencontrar …
Conhecer mundo, redescobrir a cidade e o país onde nasci
Mas que digo eu… deixai-me gritos indignados sei bem que são uma verdadeira ignomínia
À vossa afronta não cederei
Tenho em mim uma fúria de viver e neste meu frenesim habita a esperança e a fé
Acredito que a mente dos homens se abra e na complacência de Deus
Um dia esta epopeia de luta  irá vencer a praga destruidora
Aí, vou perseguir todos os sonhos adiados, sonhar outros nunca sonhados e despida de medo conquistá-los
Será mais um retalho de vida, da minha vida e de toda a humanidade que ficará nos caminhos da memória…
  Por ora... nas minhas palavras me aninho, esqueço o medo que à noite me estremece e de dia se desvanece arrepiando caminho
E atiro-me à vida com alma aconchegada

© Ana Sousa Simões

segunda-feira, 30 de março de 2020

Inimigo invisível...

Imagem da NET

Chegou sem convite ou pré-aviso...microscópico é o inimigo
e...  nossas vidas em suspenso deixou e o mundo parou...
não se vê mais riso de menino,  beijo de casal apaixonado ou abraço forte de amigo...
Há mortes sem funeral, baptizados adiados e casamentos reagendados...
Contensão é a palavra de ordem mas nada detém... o Covid...
e num espaço relâmpago, saltamos do exponencial para a fase de mitigação.
Sonhos cancelados... famílias separadas... empregos em suspensão...
Não há mais espectáculos,  os museus fecharam,  o futebol não rola mais a bola...
aos poucos, como que em efeito dominó tudo pára
e neste mundo fantasmagórico, numa rua deserta, deambula quem dá o corpo pela humanidade
num hoje sem saber se existe amanhã... estes "soldados" são verdadeiros  heróis...
Subitamente sobra-nos tempo e não sabemos o que fazer com ele
porque o medo apodera-se de nós e retira-nos... o tempo...
A economia está em cheque... e  todos sentirão o impacto
Aprendizagem e reflexão são necessárias
Nesta "guerra viral" não existe  príncipe ou mendigo...
Não mais racismo ou xenofobia, nem guerra de classes ou géneros.
O mundo mostrou-nos que somos todos irmãos.
Lá fora a  Primavera alheia à morte celebra a renovação
O planeta recupera  e espera por nós depois da pandemia.
E  o dia amanhecerá solarengo, brotando alegria.
E nós, não vencidos mas vencedores reorganizamos a VIDA.

© Ana Sousa Simões



terça-feira, 29 de maio de 2018

O passeio estava a terminar. Parque das Nações


O passeio estava a terminar, Óscar ia deitando um ultimo olhar a tudo que via, embora cansado encontrava-se num estado de euforia quase incontrolável, subindo muros, refrescando-se no repuxos de água que encontrava, saltitando de banco em banco alegremente chegámos ao Pavilhão do Conhecimento. Queria navegar por mares explorados por navegadores de outrora. Eu, de passo acelerado obrigava-o a acompanhar-me, o dia escurecia e estávamos longe de casa. Subitamente Óscar trepou para cima de um dos barcos, virei-me para o repreender mas nem me deu tempo.
_ Ana, olha um globo terrestre. Não fazia ideia de que sabia que estava perante um globo terrestre, sentei-me e perguntei-lhe.
Como sabes que é um globo terrestre? Fitando-me com ar de espanto respondeu.
_ Ora, é muito simples. o globo terrestre é uma esfera que representa o planeta que habitamos.A terra. Sabias que já na idade média  existia o globo terrestre? Pois é, não foram os ocidentais a inventar esta forma de representação do nosso planeta, mas sim os chineses e os árabes. Mais tarde, com as expansões ultramarinas  realizadas pela Europa, foi confirmada que a terra era redonda. Desde então o globo terrestre tornou-se um importante elemento de conhecimento para a navegação e cartografia.
_ sorri rendida, sentei-me a seu lado e permanecemos em silêncio cada qual em seus pensamentos
_Em que pensas Óscar? Não moveu uma farpa, seu olhar continuava fixo no cenário que tinha á sua frente. Interrompi aquele momento.
_ Muito bem menino, temos vinte minutos para apanhar o próximo comboio.
_ Não se levantou de livre vontade, é claro, coloquei-o na mala desejando que ninguém me observasse. Prometi-lhe que um dia o deixaria viajar sentado no comboio. Rendido perguntou.
_ Quando saímos de novo? Gostei tanto.
_ Não sei Óscar a vida é feita de momentos incertos. Vive o momento, só  o agora importa.
A meio do caminho voltei a espreitar a mala, adormecera.



Pôr do sol no Parque das Nações.


Chegou estafado o Óscar, sentá-mo-nos observando o dia findar e enquanto o céu ganhava uma ténue cor amarelada proveniente  do sol que se deitava escondido atrás das nuvens, expliquei-lhe como surgiu este espaço tão bonito e agradável de Lisboa.
_ Sabes Óscar, no ano de 1998, aconteceu neste espaço uma exposição mundial e foi muito importante para o nosso país e simultaneamente  para a recuperação  deste lugar que até então  pouco mais era que um aterro  sanitário  e algumas industrias desactivadas. Hoje, mostrei-te um dos lados do parque mas muito ficou ainda por ver, talvez um dia regressemos  e te possa mostrar o lado do parque Tejo  e rio Trancão. adoro este lugar, sinto-o tal fénix renascido das cinzas...

Finalmente o passadiço. Parque das Nações


chegámos finalmente ao passadiço, percorre-mo-lo calmamente apreciando a paisagem, estávamos ambos cansados, creio que o Óscar um pouco mais do que eu pois o seu corpinho já dava sinais de desconjuntura, parecendo-me que mal já se aguentava de pé,  decidi regressar,  não fosse o Óscar sofrer alguma lesão nas articulações. Prometi-lhe que um dia regressar e faríamos o percurso todo. olhou para trás como que a analisar o esforço necessário mas acabou anuindo pela beleza  do lugar.

Um pouco mais adiante... Parque das Nações


Óscar deparou-se com um pequeno lago e quis sentir e ver de perto como era a tal estrada espelhada... aproximou-se e ao ver o seu reflexo  debruçou-se.
_Cuidado! não vá cair. Sabes, conta a lenda, que há muito tempo na antiga Grécia, existiu um belo rapaz de nome Narciso, filho do deus-rio Cephissus e da ninfa Leriope. Um dia, ao admirar a sua própria figura, enamorou.se se si mesmo e deixou-se ficar junto ao lago eternamente, contemplando-se.
Acabou por morrer e no seu lugar nasceu uma bonita flor branca de grande beleza a quem deram o nome de Narciso... a lenda é muito mais longa e há mais do que uma versão, mas agora vamos senão nunca mais fazemos a caminhada pela passadiço.
_ Parece o espelho lá de casa. Exclamou Óscar,
_ Sim, mas não é. O que faz reflectir a tua imagem e tudo em redor do lago são os raios de luz solar ao incidirem na superfície da água...anda que te vou mostrar outros reflexos.
E seguimos caminho.

Ainda pelo Parque das Nações


Seguimos na direcção sul, queria levar o Óscar a fazer uma caminhada pelo passadiço de madeira à beira Tejo, passando antes, pelo interior do Parque. E lá estava ele muito admirado com tudo que via.
_ O que é aquilo? perguntou-me.
_ Uma girafa, respondi.
_ Uma quê?
Lembrei-me que para Óscar tudo é novo.
_ Uma girafa é um ser que pertence ao reino animal. Diria que será um dos mais elegantes, se não o mais. As girafas não são brancas como esta que aqui estás a ver, não.. possuem o corpo coberto de pele toda ela coberta por manchas circulares. e queres saber mais algumas curiosidades sobre este animal?
_ Sim Ana, por favor. Ensinara o Óscar a pedir por favor e a dizer obrigado.
_ A girafa possui o maior pescoço dentro do reino animal. Mal precisa de dormir, vinte minutos diários é o bastante e não os dorme seguidos, vai cochichando ao longo do dia por breve momentos e  dorme de pé. Também de pé é mamã e quando o filhote nasce dá logo uma queda de cerca de dois a três metros. A sua gestação  dura cerca de quatorze meses e os filhotes à nascença já medem cerca de um metro e oitenta pesando entre quarente a cinco e sessenta e oito quilogramas.
São animais bastante rápidos, não obstante o seu tamanho,podendo atingir cerca de  cinquenta e seis quilómetros por hora. são dóceis e simpáticos, a sua alimentação consiste especialmente de folhas que colhem da copa das árvores  com a sua áspera e longa língua que mede 40 centímetros. No seu habitat vivem em grupo,  maioritariamente,  na região sul do continente africano. São muito altas medindo quase seis metros de altura, sendo que o pescoço pode chegar a medir cerca de três a quatro metros.
_ Então tenho de ir a África para as ver?
_ Pois, também gostaria de visitar o continente africano, mas é caro Óscar. Não! um dia levo-te a um lugar onde as poderás ver.
Lá vamos nós ao zoo.

Continuando pelo Parque das Nações


O passeio continuou e Óscar maravilhado admirava a paisagem.
Para ele tudo era uma descoberta, um novo mundo. queria andar naquela estrada espelhada  e tive de lhe explicar que aquela "estrada" era o rio Tejo que nasce em Espanha, e quiça um dia o levo ao nosso país vizinho. Contei-lhe como esta estrada maravilhosa foi importante para os nossos descobridores... como é grandioso o nosso lindo Tejo, sendo o terceiro mais extenso da península ibérica  e que todos os rios correm para o mar...
 Isto despertou no Óscar o desejo de conhecer o mar. Muito temos de viajar.


Em visita ao Parque das Nações


Ontem levei o Óscar  ao parque das Nações. Fomos ambos passear e absorver aquela energia boa use o Tejo sempre transmite.
Começámos uma caminhada entre os 181 mastros das bandeiras que representam os cinco continentes. Foi, digamos, uma viagem ao mundo com um pouco de loucura à mistura. Eu esparramada no chão para conseguir esta perspectiva e o Óscar todo empolgado por ter saído à rua.
Aqui um jovem desconhecido meteu conversa comigo, um agradável diálogo de longos minutos que me souberam tão bem..
A vida é isto, um eterno encontro inesperado.

Silêncio


Hoje,  eu e o Óscar, assistimos à obra prima de Scorsese "Silêncio" considerado um dos melhores filmes de 2016.
O filme aborda a história do cristianismos no Japão, quando no séc. XVII dois padres jesuítas viajam de Portugal até ao Japão em busca do seu mentor o padre  Cristóvão Ferreira.
Os dois jovens padres sofrem horrores e  testemunham a perseguição dos japoneses cristãos debaixo do regime de Xongonato.
Um dos jovens padres é morto e o segundo questiona-se pelo silêncio de Deus face ao sofrimentos de seus filhos...
Passaram-se quatro séculos e os conflitos por  questões religiosas continuam, também eu me pergunto, ode está Deus.

O Óscar foi a Lisboa


Hoje o Óscar foi até Lisboa e, enquanto eu trabalhava ele apreciava a paisagem. E eu, observando esta micro-criatura olhando o mundo através das vidraças, sinto eterna gratidão.

As aventuras do Óscar

Sem vontade de escrever poesia, decidi partilhar o meu projecto fotográfico e narrativo do ano corrente. 


O Óscar é um amigalhaço cá de casa companheiro do tempo de faculdade do meu filho. Este ano irá acompanhar-me pelos diversos lugares onde me deslocar.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Permite-me dizer não ...


Dorme na espuma do silencio uma tela inacabada 
A tinta  secou e meus desejos camuflou
A momentos de excesso digo basta 
Que me doí esta atracção que me arrastou 
Para uma felicidade que nunca me abraça 
Já não sou fértil flor, que um dia frutos brotou
Já se foi a força de vendavais enfrentar 
Com lágrimas lavei o que vivi  e  almejei  viver
... sofri, senti  e não esqueci,  nem irei esquecer
Cansei de caminhar no breu, ofuscando meu olhar
Visto de coragem o desejo calado
Fecho o baú dos segredos 
E vivo com nostalgia vivenciais de fantasia  
E murmuro baixinho  ao meu  fraco coração
Permite-te doce coração... permitir-me dizer-te que não
E no meu louco divagar  ao amor  peço perdão
E digo, não !

 © Ana Sousa Simões 



sábado, 25 de março de 2017

O Duelo





Esqueci como se escreve...
Perdi a caneta e o papel e perdi-me com eles
E a dor de meu peito  que com os mesmos desamarrava
Vive em mim aprisionada num sombrio degredo
Lesando meus nervos...
... minha ansiedade arruína e minha fraqueza domina
Esqueci como se escreve
À noite a insónia me acaricia e vou morrendo...
Nesta agonia voraz que não se contém
Quero lembrar de escrever
Penejar meus devaneios sem receios
Idealizar momentos mais ousados
Sentir-me livre num meu breve rabiscar
Permitir à caneta deambular no papel
Escrevendo versos de amor e dor entremeados
E que bailem  em sintonia  como dois enamorados
E eu ... no árido leito da saudade
Neste duelo abstracto
Expulso sem dó meus gemidos
Envolta  no doce aroma  da Primavera
Na caneta e no papel  delírios fantasio
Que no  despontar da alvorada
Esconde-se uma mulher de alegria fantasiada

© Ana Sousa Simões

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia da Mulher



Hoje o "Óscar" deixa o jornal para ler amanhã...
Abrevia o trabalho no "office  "
Acelera o passo para apanhar o comboio mais cedo
Antecipa aquele encontro à muito agendado
Avia-se na florista mais próxima
Aprimora-se no seu visual
Ignora a Tv e o tele-jornal
Inspira-se e escreve um soneto
Atreve-se, arrisca-se e num gesto ousado rouba o beijo desejado
Hoje o Óscar relembra  a sua meninice e recorda sua mãe suas irmãs, suas amigas de infância
Olhos nos olhos segue a musa que o conduz
E uma singela homenagem emerge a cada gesto
Nesta ligação perfeita honorifica a mulher
...
E  a noite chega calma e o dia findou e se o Óscar se atrasou ?
Hoje o dia é tão abstracto...
Porque nós mulheres, musas por poetas e artistas eleitas
Somos mais que uma data difusa esquecida no calendário
Somos a fêmea que seduz e à loucura conduz
Donzela casta, envergonhada que espera sonhadora o canto da alvorada
A esposa rendida; a esposa amada, a mulher amiga... amante
Somos o abrigo o regaço, terra fértil a fermentar
Mente em rodopio, desvario...
A luz no final do túnel, abraço que deslumbra.
A filha, a mãe... o riso o pranto, o colo que aspiras...vida a acontecer
Páginas de um livro  por ler ...alma e corpo intenso de Mulher...
Somos nós... Mulheres!

© Ana Sousa Simões






terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Desconjuntura

Desconjuntura

Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura

 © Ana Sousa Simões



terça-feira, 15 de novembro de 2016

Saudade




( Imagem da NET ) 


Tenho uma caixa de origami 
Feita de papel de cetim 
Onde guardo saudades tantas
e as desencapoto  só pra mim 
Sigo encenando sorrisos  numa controlada  quietação 
que manda a sensatez, oculte meu sentir...
e á algia diga não 
Numa dor-saudade sentida... na demasiada nostalgia de lembranças várias
Guardo  em meu  secreto imo,  regalos de  soberba recordação
E no entre-pensar  de te ter e não te ver
Se de dia te recordo ... a noite traz-te a mim
E o sono intermitente, queda-se irrequieto  a hibernar
No mesmo,   embalo lembranças , afago-te na inolvidável minuta iluminada
Vislumbro ecos que minh'alma  tocam
E na cicatriz da memória, me torno viajante 
Nesta demente  insanidade alucinada
E quero ser tanto e não sou nada...

© Ana Sousa Simões