Dia da mãe
Vagueei na minha infância
Na fantasia do meu sonhar
Sonhos de criança sonhos de ilusão
Sonhos de menina
Quem lhe presta consideração…
Sonhei que me acariciavas
Num harmonioso embalar
Em teu colo me aconchegavas
E nunca, nunca me desabrigavas
Senti os beijos que não me deste
As palavras nunca ditas
As feridas por sarar
O carecimento de afectos
Invadindo meu coração
A melancolia da saudade
Duma ausência sem razão
Senti no meu rosto de menina
A brandura sublime do afago da tua mão…
A quentura de quem uma filha abraça
Repleta de compaixão…
Tudo experimentei num devaneio de ilusão
-Mãe, querida mãe…
Tudo olvidei por deveras te amar
Absolvendo o teu triste desacertar
Cresci… e igualmente fui mãe
Mãe terra mãe fortificada
Meu colo macio meus filhos embalou
Meu bem-querer nunca os desabrigou
Mãe sensível mãe esperançada
Mãe que falha mãe irada
Mãe tolerante mãe complacente
Mãe que ama gratuitamente
Mãe afortunada mãe sorridente
Mãe psicóloga mãe professora
Mãe enfermeira mãe doutora
Mãe cozinheira mãe conselheira
Mãe que tudo sente
Mãe…
Mulher chorosa
Com lágrima pendente
1 comentário:
lindo e muito terno este poema Ana, me emocionou, bjs.
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