Acerca de mim

- Ana Simões
- Sintra, Lisboa, Portugal
- Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.
quarta-feira, 8 de março de 2017
Dia da Mulher
Hoje o "Óscar" deixa o jornal para ler amanhã...
Abrevia o trabalho no "office "
Acelera o passo para apanhar o comboio mais cedo
Antecipa aquele encontro à muito agendado
Avia-se na florista mais próxima
Aprimora-se no seu visual
Ignora a Tv e o tele-jornal
Inspira-se e escreve um soneto
Atreve-se, arrisca-se e num gesto ousado rouba o beijo desejado
Hoje o Óscar relembra a sua meninice e recorda sua mãe suas irmãs, suas amigas de infância
Olhos nos olhos segue a musa que o conduz
E uma singela homenagem emerge a cada gesto
Nesta ligação perfeita honorifica a mulher
...
E a noite chega calma e o dia findou e se o Óscar se atrasou ?
Hoje o dia é tão abstracto...
Porque nós mulheres, musas por poetas e artistas eleitas
Somos mais que uma data difusa esquecida no calendário
Somos a fêmea que seduz e à loucura conduz
Donzela casta, envergonhada que espera sonhadora o canto da alvorada
A esposa rendida; a esposa amada, a mulher amiga... amante
Somos o abrigo o regaço, terra fértil a fermentar
Mente em rodopio, desvario...
A luz no final do túnel, abraço que deslumbra.
A filha, a mãe... o riso o pranto, o colo que aspiras...vida a acontecer
Páginas de um livro por ler ...alma e corpo intenso de Mulher...
Somos nós... Mulheres!
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Desconjuntura
Desconjuntura
Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura
© Ana Sousa Simões
Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Saudade
( Imagem da NET )
Tenho uma caixa de origami
Feita de papel de cetim
Onde guardo saudades tantas
e as desencapoto só pra mim
Sigo encenando sorrisos numa controlada quietação
que manda a sensatez, oculte meu sentir...
e á algia diga não
Numa dor-saudade sentida... na demasiada nostalgia de lembranças várias
Guardo em meu secreto imo, regalos de soberba recordação
E no entre-pensar de te ter e não te ver
Se de dia te recordo ... a noite traz-te a mim
E o sono intermitente, queda-se irrequieto a hibernar
No mesmo, embalo lembranças , afago-te na inolvidável minuta iluminada
Vislumbro ecos que minh'alma tocam
E na cicatriz da memória, me torno viajante
Nesta demente insanidade alucinada
E quero ser tanto e não sou nada...
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Adeus ...
Adeus loucura adeus
Quero que te vás
E meu ser numa alva candura encontre paz
Não nasci para ti nem tu para mim
Nasci para sonhar e meus sonhos não mais vivenciar
Eu não nasci para o amor
Ninguém nasceu para me amar
Sou alma metade, semente do acaso
Que voa no tempo em busca de se encontrar
Mil vezes me virei do avesso
Para vencer a luta que minha vida cercou
E mil vezes moribunda morri... e renasci
Quero que te vás insana loucura
Deixa que plasme de lucidez meu frágil ser
Sinto em mim um obscuro turbilhão que me entontece
E uma firme certeza desta loucura não querer viver
Adeus loucura adeus
Não te quero em vida minha
Liberta-me para sempre, por Deus te peço
Fatigada estou destas algemas que me prendem à bucólica ilusão
De um dia a um qualquer coração pertencer
Como faz doer esta louca ilusão...
Adeus loucura... Adeus !
© Ana Sousa Simões
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Incompreensão
Volta não volta para minha vida desafortuna
Quando de júbilo meu coração sorri
Logo chega a tristeza enciumada
A enxotar tamanha satisfação
Será pura maldade, teimosice, ou obstinação ... ?
Digo pra mim, no meu acreditar utopista
É somente a angústia rebugenta
Brincando com a jovial satisfação
Que, para meu deleite e contentamento
Trás a mim calor e alento, envolto numa ponderada calma
E fico assim em banho-maria , em fogo morno
Numa apatia que me inebria...
E já o dia raiava e a algia não dormia
Ao ver-me submissa deste modo incompreendido
Minha alma alagada de ilusões, de dor se vestia
E eu.. alucinada, embriagada, teimosamente insistia
Cantando louvores por uma alegria que não existia...
© Ana Sousa Simões
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Já é ante-manhã ...
Hoje
A semente que em mim um dia se gerou, germinou e nasceu. Cresceu e gerou amor
A vida não passou por mim indiferente, eu dei vida e a vida deu-me a luz que me conduz
Tornou-me completa ... madre... progenitora... mulher inteira !
Reconhecida, bendigo um sonho colossal por mim ambicionado
Cativa deste amor e ternura sem igual ... sorvo a boa fortuna que me faz esquecer os infortúnios
E sou caminhante num oásis de felicidade
Caminho em glória, ofuscada por este cândido sentimento e para meu deleite
És meu refúgio, és a trave mestre que meu ser sustenta
És minh'alma inteira, és extensão de mim, minha inata alegria que meu coração acaricia
Meu sangue, meu alento, meu rebento... my best friend bem-humorado
Fala-me baixinho, abraça-me de mansinho... não assustes nosso regalo abençoado
Que a Deus rogo com fervor; nosso amor sempre flua e nunca eu venha a te desencantar
Ai que euforia.. já é ante-manhã. Neste dia minha prosa é de alegria !
Hoje...
Sou riso e felicidade e por ti renasci
Rumo à festança, visto-me de poesia e venho festejar teu dia.
Feliz aniversário filho lindo.
© Ana Sousa Simões
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Foi Deus
Foi Deus
Rebusco os mistérios da fé e com fé me reencontro
E creio nessa força secreta que Ele me confere em horas de mágoas tantas
Não quero mais em mim revolta ou pranto
Apenas a doce lembrança do teu sorriso
Já não te procuro mais... porque, te sei sempre presente
Encontro-te mesmo quando de nuvens o céu se despe...
Ouço-te nas frescas águas das ribeiras, no sopro leve do vento
nas cores quentes do sol poente, numa flor que baila ao vento...
A brisa que meu rosto toca... és sempre tu.
Meu aconchego, meu anjo da guarda, minha estrela guia
E eu... eu sou matéria em evolução
Num presente incerto dum passado extinto
Dei tréguas à vida e na vida sacrifiquei meu choro, sufoquei meu grito e firmei minha fé
E num labirinto de acertos e desacertos achei a luz que me conduz
Com preces teci meu caminho e afastei a dor que em mim se fincou
E nesta teia oculta... invento subtis laços de ternura, num éden por mim imaginado...
... onde tu és rainha
Lentamente, reconstruo meu caminho com pedrinhas de gratidão e harmonia
Num solo saturado de sofrer, abandono a dor, liberto o passado
Agracio a vida e volto a ela por inteira... desde a manhã ao final do dia
Porque a vida, essa... é fugidia.
© Ana Sousa Simões
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Estava Escrito
Deambulando neste vácuo oco, privada da tua presença
Estilhaçada, perdida num medonho deserto
E um desejo quimérico de te ver, persiste sem disfarçar
Dói-me as entranhas, meus olhos ardem das lágrimas que não consigo libertar
Meu coração ferido, sinto-o sangrar
Tento acalmá-lo mas ele não se detém e insististe em declinar a veracidade
Porém, neste vazio lancinante, minha apatia começa a entender...admitindo tão agreste pesar
Amaciando a aflição desta luta madrasta
É uma dor ambígua, oscilando entre dois pólos contraditórios
Uma lacuna perdida no espaço, sem asas para voar ou chão pra pisar
Abençoada insanidade que me embriaga, espraiando meu olhar além horizontes
Onde te ouço, te vejo, te sinto e nunca te perco
Eterna é a alma,,, então que não haja pranto na carnal separação
Resignada, liberto meu grito de agonia, seco as lágrimas que não brotei
Abafo a dor que não libertei e esqueço palavras que não escrevi
À noite, elevo meu olhar ao céu de estrelinhas salpicado
Brindam-me os céus com cânticos de alegria e louvor
Que no céu há mais uma estrela a cintilar
Zelando por todos com amor.
│© Ana Sousa Simões

Estilhaçada, perdida num medonho deserto
E um desejo quimérico de te ver, persiste sem disfarçar
Dói-me as entranhas, meus olhos ardem das lágrimas que não consigo libertar
Meu coração ferido, sinto-o sangrar
Tento acalmá-lo mas ele não se detém e insististe em declinar a veracidade
Porém, neste vazio lancinante, minha apatia começa a entender...admitindo tão agreste pesar
Amaciando a aflição desta luta madrasta
É uma dor ambígua, oscilando entre dois pólos contraditórios
Uma lacuna perdida no espaço, sem asas para voar ou chão pra pisar
Abençoada insanidade que me embriaga, espraiando meu olhar além horizontes
Onde te ouço, te vejo, te sinto e nunca te perco
Eterna é a alma,,, então que não haja pranto na carnal separação
Resignada, liberto meu grito de agonia, seco as lágrimas que não brotei
Abafo a dor que não libertei e esqueço palavras que não escrevi
À noite, elevo meu olhar ao céu de estrelinhas salpicado
Brindam-me os céus com cânticos de alegria e louvor
Que no céu há mais uma estrela a cintilar
Zelando por todos com amor.
│© Ana Sousa Simões

domingo, 3 de julho de 2016
Encontro ao Reencontro
Há tempo de afazeres, muita azáfama e correia
Momentos em que o coração anavalhado por dores lancinantes nos paralisa
E petrificada, nossa'alma gélida, penetra num abismo profundo, angustiante num silêncio mordaz
Há dias em que penso demais e a tristeza toma conta de mim
Mas o vento passou e numa brisa protectora meu pensamento levou
E cada palavra me soa a poesia
Há tempo de lazer,do sabor adocicado de " non fare niente"
E nem a vizinha rezingona estraga nosso dia
E até conseguimos voar, fazer o pino, brincar, saltar
Simplesmente por recordar o quão delicioso é sonhar
Há dias que viver, combina com alegria, aventura, sol, mar e lua
Montanhas, cidades ou praia... o lema é sair prá rua
Então...
Vou rumar à quietude, à placidez do silêncio numa pacatez impenetrável
Reencontrar o equilíbrio, repousar meu olhar na mansidão do cume de uma montanha
Num murmúrio de um riacho
Viajar... fugir de mim para me reencontrar
Saio nesta estação e deixo o trem à espera de mim
Tenho o roteiro alinhavado e passagem comprada com bilhete de ida e volta
Na bagagem levo afectos, coragem e amor e aventuras sem fim
Vou d'alma ampla, sem limites assistir ao desfile fragmentar duma vida em que todos estamos somente de passagem
Embarcar nesta valiosa viagem com paragem obrigatória a um descanso diferenciado
Vou explorar as sonoridades da natureza, roubar ao tempo o tempo que a vida me levou
Perder-me na vastidão do desconhecido, reunir histórias
Gravar paisagens inesperadas, gentes e locais, geometrias e arquitecturas na minha câmara
Vou perder a identidade, o norte o sul, as horas os dias e reencontrar a esperança
algures entre a razão e a ficção sempre na perspectiva lírica de uma eterna apaixonada
Orientar meu caminho, agitar meu corpo minha mente e sentir o bem que isso me faz
Vou dar lugar ao que sou, encontrar-me e ser audaz.
© Ana Simões
Momentos em que o coração anavalhado por dores lancinantes nos paralisa
E petrificada, nossa'alma gélida, penetra num abismo profundo, angustiante num silêncio mordaz
Há dias em que penso demais e a tristeza toma conta de mim
Mas o vento passou e numa brisa protectora meu pensamento levou
E cada palavra me soa a poesia
Há tempo de lazer,do sabor adocicado de " non fare niente"
E nem a vizinha rezingona estraga nosso dia
E até conseguimos voar, fazer o pino, brincar, saltar
Simplesmente por recordar o quão delicioso é sonhar
Há dias que viver, combina com alegria, aventura, sol, mar e lua
Montanhas, cidades ou praia... o lema é sair prá rua
Então...
Vou rumar à quietude, à placidez do silêncio numa pacatez impenetrável
Reencontrar o equilíbrio, repousar meu olhar na mansidão do cume de uma montanha
Num murmúrio de um riacho
Viajar... fugir de mim para me reencontrar
Saio nesta estação e deixo o trem à espera de mim
Tenho o roteiro alinhavado e passagem comprada com bilhete de ida e volta
Na bagagem levo afectos, coragem e amor e aventuras sem fim
Vou d'alma ampla, sem limites assistir ao desfile fragmentar duma vida em que todos estamos somente de passagem
Embarcar nesta valiosa viagem com paragem obrigatória a um descanso diferenciado
Vou explorar as sonoridades da natureza, roubar ao tempo o tempo que a vida me levou
Perder-me na vastidão do desconhecido, reunir histórias
Gravar paisagens inesperadas, gentes e locais, geometrias e arquitecturas na minha câmara
Vou perder a identidade, o norte o sul, as horas os dias e reencontrar a esperança
algures entre a razão e a ficção sempre na perspectiva lírica de uma eterna apaixonada
Orientar meu caminho, agitar meu corpo minha mente e sentir o bem que isso me faz
Vou dar lugar ao que sou, encontrar-me e ser audaz.
© Ana Simões
quinta-feira, 30 de junho de 2016
Oscilações
Entre o racional e o emocional
Desarmado, incauto... balança meu coração
Neste fogo alucinado, numa sede inesgotável
a vós, afectos renegados, os quero conquistados
Neste mato agreste sem vida ou cor, por mim florido plantei amor
E nesta dúbia oscilação, desfolho meu livro de sonhos e ilusões
Sou promessa cumprida e sou mutação
Saboreio a genuinidade de uma flor silvestre que goza de liberdade
E que na sua simplicidade à natureza acrescenta luz e cor
Afasto a heresia, o inconformismo a injustiça aterradora
Sigo o sol, sigo a lua e caminho mais além.. longe desta mágoa tanta
Esqueço o fel e provo o mel... afortunada, sou escrava da vida
E de vida me sinto insaciada...
Em Teu refúgio bebo o néctar divinal , pairando... tal beija-flor
Porque eu tenho uma sede inesgotável de vida e amor
Sorvo de um trago gotas quentes, fluídas, dessa mágica poção
Na crença de um perene sonho o meu sofrer sarar
Que minha dor me afunda por caminhos de fráguas
Num eco silente que um sombrio temor calou
De sorrisos e alegrias à dor a quero trocada.. reprimo-a.. à dor ...
E numa consciência ilusória... Sou! Imune à algia ...
Experimento doçuras por mim imaginadas.
Desarmado, incauto... balança meu coração
Neste fogo alucinado, numa sede inesgotável
a vós, afectos renegados, os quero conquistados
Neste mato agreste sem vida ou cor, por mim florido plantei amor
E nesta dúbia oscilação, desfolho meu livro de sonhos e ilusões
Sou promessa cumprida e sou mutação
Saboreio a genuinidade de uma flor silvestre que goza de liberdade
E que na sua simplicidade à natureza acrescenta luz e cor
Afasto a heresia, o inconformismo a injustiça aterradora
Sigo o sol, sigo a lua e caminho mais além.. longe desta mágoa tanta
Esqueço o fel e provo o mel... afortunada, sou escrava da vida
E de vida me sinto insaciada...
Em Teu refúgio bebo o néctar divinal , pairando... tal beija-flor
Porque eu tenho uma sede inesgotável de vida e amor
Sorvo de um trago gotas quentes, fluídas, dessa mágica poção
Na crença de um perene sonho o meu sofrer sarar
Que minha dor me afunda por caminhos de fráguas
Num eco silente que um sombrio temor calou
De sorrisos e alegrias à dor a quero trocada.. reprimo-a.. à dor ...
E numa consciência ilusória... Sou! Imune à algia ...
Experimento doçuras por mim imaginadas.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Melodia
Em ti me sereno e avisto um reino por mim inventado
Servidão minha, que sem submissão me proteges
Afugentas minhas dores, meus temores , minha saudade
Em teus solfejos me protejo e tu me embalas com teus trinados
Numa sonata de alecrim e açucenas sossegas minhas penas
E... rendida sou ; tua amiga- amada - amante
Cerro os olhos e sou liberdade, sou corpo e alma
Sou menina e mulher, sou lágrima ausente
Sou passado , futuro e presente
Sou raiz, mendiga, imperatriz , tua leal companheira
Tua sonância me afaga e sou eu por inteira
Melodia, paixão abstracta, sem sabor ou olfacto
No entanto fecho os olhos e sinto teu tacto
É tanto o que me dá...
De ti não vem ingratidão, injustiça, desprezo ou agruras tais
És pródiga de luz e paz, mensagem divina, adoração
És sustento de minh'alma... és beijo proibido, alcova de prazer, sedução
Ouço-te, sinto-te ... perco-me em tuas sonatas e és fascinação.
domingo, 8 de maio de 2016
Matemática da Vida
A vida não é uma equação matemática ou um quadro de tabuada de resultados previsíveis
É mais um desenho de criança incompreensível aos olhos dos demais
É fonética desconcertante de surdos mudos
Conjunto de dialectos cabalísticos
Experiência cientifica sem resultados conclusivos
Investigação constante de final desconhecido
A vida são um conjunto de problemas de aritmética
Somamos amor no desejo de o multiplicar
Dividimos a dor na esperança de a apagar
Subtraímos a angustia por um numero primo
Encontrando sempre dois divisores positivos
E no fim...
Caminhamos sem sentido por caminhos desconhecidos
A vida são linhas convergentes e ... divergentes
Directrizes que se intercedem num resultado abstracto
É um jogo de dor e de prazer
Uma luta emocionante entre o incauto e o sagaz
É pauta de música, soneto de amor
É jornada derradeira fiel companheira
Aventura constante colorida de sonhos multicolor
É a viagem a não perder...sonho saciado... riso e drama sem fim
A vida sou eu sorrindo pra ti / vida / nunca desistindo de mim !
domingo, 1 de maio de 2016
Dia da Mãe
Mulher Coragem
Eu te aplaudo mulher, mãe coragem
Tu !
Que geraste amor e vida ao sabor da esperança
Que interpretaste meritóriamente o mais belo personagem neste palco da vida
Tu !
Que silente sofres e suspiras e em destemor versejas dilemas
Num ímpar amor materno, enfrentas dores e subtilmente enfrentas cadilhos
Numa vida de dor enredada de atilhos
Tu!
Mulher pequena, mãe colossal
De doce e terno olhar... teus lábios brotam beijos de bem querer
E no teu amor régio determinas códigos de conduta ao sabor da razão
tecendo ensinamentos, tal hábil artesão
Eu te aplaudo mulher, mãe coragem
Tu que aguardas sem pressa a inevitável despedida que o tempo não aligeirou
E numa rima em jeito de canção, cantas aos teus filhos a emancipação
E já de saudade chora teu coração
Tu !
Fortaleza fortificada, fonte de água fresca, caminho angelical
És porto seguro, morada sempre certa, ligação eterna num ténue cordão umbilical
Eu te aplaudo mãe coragem
Nua de disfarces, amas a essência ignorando a aparência
Antevendo penares que à dor te conduz , de sorriso no rosto carregas tua cruz
E nas curvas desta rota que só à dor e amor conduz
Sem permissão pra sonhar, recebes o que não mereces... e o que te faz juz
Prazeirosa sem arremessos de mágoa, feliz, agradeces a jornada
Festejando teu dom com palavras de festim
Encerras mais um acto consciente
que esta peça de amor completo, jamais terá fim !
© Ana Simões
sábado, 26 de março de 2016
Amor Divino
Amor Divino
Perdoa Divino Deus minh'alma inquieta que vagueia à deriva por caminhos conturbados
É tamanho o frio, o abandono, o desamor, por mim encontrado
Não sei em que Pai creio... não sei a quem entrego minha oração...
Não aceito a fome dos inocentes
o frio dos desabrigados, a solidão, o abandono dos desafortunados...
Que entre lágrimas e preces vão fundindo seu assombro
Ansiando graças numa vida ingrata de dor tatuada
E esperam clemencia ante sua crença na mansidão duma vida de escombros
Quero cumpridos os direitos prometidos ! Que a justiça não passe de uma utopia e que abolida seja a ganancia e a ambição... não fomos todos teus filhos eleitos ?
Perdoa Divino Deus meu eco de revolta rasgado... perdoa minha ingratidão
É tanta a incompreensão que perturba meus passos e Tu...guião que me encaminha nos enviesados caminhos do meu caminhar
Aos pés da tua cruz me aqueço e em teu manto de sangue / por amor manchado / me acoito
E protegida, me quedo muda, saboreando a semente de paz e amor em minh'alma a germinar
E nesta reafirmada fé, só me ocorre dizer-Te
Graças Deus que de viver estava sedenta e tu me saciaste, apartada da fé caminhava sem rumo e foste Tu meu fio de prumo
De mim bani hóspedes indesejáveis, retorno a Ti de mácula manchada , encontrei a luz e bendigo Jesus
Mas...na certeza desta batalha sem tréguas... não calarei meu grito...
Na crença de uma humanidade justa sem laivos de fantasia
Um mundo de paz, amor, bênçãos e alegria !
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 8 de março de 2016
Mulher
Mulher
Tu és a fêmea que zela e lambe as feridas das crias...das tuas e das gerações vindas
Afagas e relevas quaisquer incorrecção com beijos de amor e perdão
Tu és aquela que ama complacente, tolerante e sem exigência
Tu és a irmã, a mãe, a filha, a esposa, a amiga , a amada-amante...
em todas elas tu és rainha, soberana imperatriz
Mulher
Tu és bravura e na tua tenacidade simulas teu sofrer,
assegurando, que essas lágrimas salgadas que ardem teu rosto ao seu passar...
são a razão do teu alegrar ... e teu pranto é sonata que embala...
Tu és dócil, gentil , tolerante... mulher, és tu; poesia que o poeta inspira
És luz esplendorosa que ilumina a penumbra em momentos te aflição
Tu és divina, tu és adoração... Mas essencialmente... Tu és humana!
Assim... és também...
Frenética, altiva, inquieta, impaciente, tu és fascínio e desvario , acerto e desacerto, mulher caprichosa...
És combustível que inflama, poção que embriaga, és é sol que acalenta, és chuva que resfria, um rasto de luar, nuvem que flutua no firmamento alheia ao pensamento
És valsa bailando sensualmente em leito desejado, és carência, és tragédia e gargalhada
És corpo e alma inseparáveis ; comunhão entre o imperfeito e a perfeição
Mulher...Sou eu !
Um tudo onde me perco e um nada onde me encontro
© Ana Sousa Simões
sábado, 5 de março de 2016
Caminhando
De recuos e avanços é feita a existência
Passo em frente empurrão atrás
entre trevas e luar se vai tecendo a vida
tão acidentada é a dureza deste ir e voltar
E a força... extenuadamente reunida
Recua desarmada, rendida... e em marasmo se desfaz...
Recua a esperança renovada, a coragem alcançada, a destreza de se ser audaz
e a roda na mó de baixo, austera, insípida, gelada...
lambuza-nos de beijos amargos como fel
Eis que...
Subitamente um novo ciclo chegará sem aviso prévio e é tempo de festejo
Rufam tambores escutam-se sons melodiosos sem igual
ocultando a dor nevada equilibrando agruras intemporais
E subindo até ao cume... sem olvidar este amor... jamais!
Alcanço o topo desejado... e é tempo de festim
Elevemos pois o riso, a alegria o carinho a paixão
É tempo agora de beijos doces, corpos ardentes enlaçados
amantes apaixonados nutridos de prazer festejando a liberdade
Vida fértil que tudo me dá... e amor em mim gerou...
Ainda que ... o mesmo não passe de uma florida ilusão
Renego tristezas e dores tamanhas corto pela raiz ervas daninhas
Caminho morosamente... que na penumbra já avisto o túnel de saída
E de ânsia de subsistir abunda minh'alma e meu corpo de mulher
Nesta mutação, sequiosa de ser... serei inteira serei audaz
E de apreciar a vida serei capaz!
© Ana Sousa Simões
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Abstracção
Tão abstracto é o que sinto...
Como abstracto o desejo envergonhado
De sentir abrigo em teu poiso
Abstracto são as palavras que silenciei
Os devaneios de quimeras alucinadas
Esquecidas... pra sempre abandonadas
Abstracto é esta insanidade quase demente
De quem foge à realidade e a si, assim mente
É uma dor submersa nesta inquietude de me querer dar... e não me dou...
É de ti querer tudo e já nada me poderes dar... porque a vida assim o ditou
Já nada te peço... já pouco recebo... já nada te dou...
Tão vazia me deixa a tua ausência
Caminho só... neste trilho gélido e inóspito
Enxergo a realidade desta louca cegueira
Determinada, expulso desejos insensatos
E volto à vida por inteira.
© Ana Simões
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Será Eterno
É tão grande minha saudade ... e tão triste a realidade
Dos meus olhos escorrem lágrimas salgadas num misto de revolta e dor, saudade e amor
Meu coração fraco vai cedendo pressionado pela dualidade do meu sentir
Que termine teu penar, é só o que me resta implorar
Expurga para longe de ti essas dores que dizes não suportar
São de angustia estes momentos tenebrosos
A Deus me ajoelho em prece e ...
rezo para que as amarras que te aprisionam ao teu padecer
se desfaçam em laços castos de amor e alva paz
Que sejam de mel as amargas dores de sabor a fel
Quem ama não prende...
Quero-te arredada de tudo que é nefasto e te amarra
Quero-te em meus sonhos que sonho acordada
e longe do ilógico angustiante enquanto durmo
Quero-te em mim imortalizada
Quero-te não cativa de uma existência de suplício
Sem nunca esquecer tudo que fomos
Porque eu tenho uma saudade insaciável e tu...
minha deusa uma benevolência inesgotável
Não há razão para explicar o que sinto
Apenas que será eterno...
A amizade é assim...
Esvoaça quando lhe damos liberdade
É este o franco verbo amor quando bem conjugado...
© Ana Sousa Simões
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Aliança
Aliança
Chegaste e ficaste em mim
Nada me prometeste e eu nada prometi
Pintamos carícias na tela da vida
Navegámos marés num bote à deriva
Palmilhamos veredas de um verde esperança
Sonhamos juntos, sonhos de criança
E a par e passo o tempo passando
Criámos vida assente na confiança
Plantámos amor em solo fecundo
E juntos, desvendámos mundo
Harmoniosamente seguimos a estrada
Em deliciosa surdina
Unidos, de mão dada
sábado, 6 de fevereiro de 2016
"Carnis Valles"
Carnis Valles
Abri a porta ao entrudo
entrei num folguedo carnavalesco, pleno de festa e folia
abandonando as dores do dia a dia
São de cor os cortejos que desfilam
por ruas abarrotadas de música e alegria
Esquece o povo e esqueço eu... a crua e fria dor do seu viver
E nesta permissão de alegorias e fantasia
traja o povo vestes de nobreza
Que sejam de seda as linhas que suas vestes costuram
ao invés das amargas cordas que nos amarram...
A criançada animada, dá azo à fantasia
sequiosos de crescer, são adultos por três dias
Nas ruas, desfilam magistrais, carros alegóricos em correnteza
E do alto dos mesmos, acenam aos súbitos o rei e a rainha
orgulhosos na sua suprema realeza
E há matrafonas, cabeçudos e os Zés-Pereiras
Muito humor, sátiras e brincadeiras
e belas ninfas que de arrojo vestiram sua pele
E dança-se o baile trapalhão, bebe-se da boa casta, até cair ao chão
Porque é "carnis valles", embriaguemos a carne incendiando-a de prazeres
E nesta louca magia...
Sequei lágrimas, rasguei versos de dor que um dia escrevi
E num gesto insano, antes que desça o pano
sacio minha carne e de prazer encho meu coração
marchando ao rufo de tambores , rodeada de mil cores
sem pranto.. entro nesta ilusão
Em breve finda a fértil festa que se gerou
Chega o terceiro dia...
enterra-se o entrudo e assim se vislumbra a vida
E neste misto de paganismo e religiosidade
Espero o recomeço de uma vida purificada.
© Ana Sousa Simões
© Ana Sousa Simões
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