Acerca de mim

- Ana Simões
- Sintra, Lisboa, Portugal
- Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.
terça-feira, 29 de maio de 2018
O passeio estava a terminar. Parque das Nações
O passeio estava a terminar, Óscar ia deitando um ultimo olhar a tudo que via, embora cansado encontrava-se num estado de euforia quase incontrolável, subindo muros, refrescando-se no repuxos de água que encontrava, saltitando de banco em banco alegremente chegámos ao Pavilhão do Conhecimento. Queria navegar por mares explorados por navegadores de outrora. Eu, de passo acelerado obrigava-o a acompanhar-me, o dia escurecia e estávamos longe de casa. Subitamente Óscar trepou para cima de um dos barcos, virei-me para o repreender mas nem me deu tempo.
_ Ana, olha um globo terrestre. Não fazia ideia de que sabia que estava perante um globo terrestre, sentei-me e perguntei-lhe.
Como sabes que é um globo terrestre? Fitando-me com ar de espanto respondeu.
_ Ora, é muito simples. o globo terrestre é uma esfera que representa o planeta que habitamos.A terra. Sabias que já na idade média existia o globo terrestre? Pois é, não foram os ocidentais a inventar esta forma de representação do nosso planeta, mas sim os chineses e os árabes. Mais tarde, com as expansões ultramarinas realizadas pela Europa, foi confirmada que a terra era redonda. Desde então o globo terrestre tornou-se um importante elemento de conhecimento para a navegação e cartografia.
_ sorri rendida, sentei-me a seu lado e permanecemos em silêncio cada qual em seus pensamentos
_Em que pensas Óscar? Não moveu uma farpa, seu olhar continuava fixo no cenário que tinha á sua frente. Interrompi aquele momento.
_ Muito bem menino, temos vinte minutos para apanhar o próximo comboio.
_ Não se levantou de livre vontade, é claro, coloquei-o na mala desejando que ninguém me observasse. Prometi-lhe que um dia o deixaria viajar sentado no comboio. Rendido perguntou.
_ Quando saímos de novo? Gostei tanto.
_ Não sei Óscar a vida é feita de momentos incertos. Vive o momento, só o agora importa.
A meio do caminho voltei a espreitar a mala, adormecera.
Pôr do sol no Parque das Nações.
Chegou estafado o Óscar, sentá-mo-nos observando o dia findar e enquanto o céu ganhava uma ténue cor amarelada proveniente do sol que se deitava escondido atrás das nuvens, expliquei-lhe como surgiu este espaço tão bonito e agradável de Lisboa.
_ Sabes Óscar, no ano de 1998, aconteceu neste espaço uma exposição mundial e foi muito importante para o nosso país e simultaneamente para a recuperação deste lugar que até então pouco mais era que um aterro sanitário e algumas industrias desactivadas. Hoje, mostrei-te um dos lados do parque mas muito ficou ainda por ver, talvez um dia regressemos e te possa mostrar o lado do parque Tejo e rio Trancão. adoro este lugar, sinto-o tal fénix renascido das cinzas...
Finalmente o passadiço. Parque das Nações
chegámos finalmente ao passadiço, percorre-mo-lo calmamente apreciando a paisagem, estávamos ambos cansados, creio que o Óscar um pouco mais do que eu pois o seu corpinho já dava sinais de desconjuntura, parecendo-me que mal já se aguentava de pé, decidi regressar, não fosse o Óscar sofrer alguma lesão nas articulações. Prometi-lhe que um dia regressar e faríamos o percurso todo. olhou para trás como que a analisar o esforço necessário mas acabou anuindo pela beleza do lugar.
Um pouco mais adiante... Parque das Nações
Óscar deparou-se com um pequeno lago e quis sentir e ver de perto como era a tal estrada espelhada... aproximou-se e ao ver o seu reflexo debruçou-se.
_Cuidado! não vá cair. Sabes, conta a lenda, que há muito tempo na antiga Grécia, existiu um belo rapaz de nome Narciso, filho do deus-rio Cephissus e da ninfa Leriope. Um dia, ao admirar a sua própria figura, enamorou.se se si mesmo e deixou-se ficar junto ao lago eternamente, contemplando-se.
Acabou por morrer e no seu lugar nasceu uma bonita flor branca de grande beleza a quem deram o nome de Narciso... a lenda é muito mais longa e há mais do que uma versão, mas agora vamos senão nunca mais fazemos a caminhada pela passadiço.
_ Parece o espelho lá de casa. Exclamou Óscar,
_ Sim, mas não é. O que faz reflectir a tua imagem e tudo em redor do lago são os raios de luz solar ao incidirem na superfície da água...anda que te vou mostrar outros reflexos.
E seguimos caminho.
Ainda pelo Parque das Nações
Seguimos na direcção sul, queria levar o Óscar a fazer uma caminhada pelo passadiço de madeira à beira Tejo, passando antes, pelo interior do Parque. E lá estava ele muito admirado com tudo que via.
_ O que é aquilo? perguntou-me.
_ Uma girafa, respondi.
_ Uma quê?
Lembrei-me que para Óscar tudo é novo.
_ Uma girafa é um ser que pertence ao reino animal. Diria que será um dos mais elegantes, se não o mais. As girafas não são brancas como esta que aqui estás a ver, não.. possuem o corpo coberto de pele toda ela coberta por manchas circulares. e queres saber mais algumas curiosidades sobre este animal?
_ Sim Ana, por favor. Ensinara o Óscar a pedir por favor e a dizer obrigado.
_ A girafa possui o maior pescoço dentro do reino animal. Mal precisa de dormir, vinte minutos diários é o bastante e não os dorme seguidos, vai cochichando ao longo do dia por breve momentos e dorme de pé. Também de pé é mamã e quando o filhote nasce dá logo uma queda de cerca de dois a três metros. A sua gestação dura cerca de quatorze meses e os filhotes à nascença já medem cerca de um metro e oitenta pesando entre quarente a cinco e sessenta e oito quilogramas.
São animais bastante rápidos, não obstante o seu tamanho,podendo atingir cerca de cinquenta e seis quilómetros por hora. são dóceis e simpáticos, a sua alimentação consiste especialmente de folhas que colhem da copa das árvores com a sua áspera e longa língua que mede 40 centímetros. No seu habitat vivem em grupo, maioritariamente, na região sul do continente africano. São muito altas medindo quase seis metros de altura, sendo que o pescoço pode chegar a medir cerca de três a quatro metros.
_ Então tenho de ir a África para as ver?
_ Pois, também gostaria de visitar o continente africano, mas é caro Óscar. Não! um dia levo-te a um lugar onde as poderás ver.
Lá vamos nós ao zoo.
Continuando pelo Parque das Nações
Para ele tudo era uma descoberta, um novo mundo. queria andar naquela estrada espelhada e tive de lhe explicar que aquela "estrada" era o rio Tejo que nasce em Espanha, e quiça um dia o levo ao nosso país vizinho. Contei-lhe como esta estrada maravilhosa foi importante para os nossos descobridores... como é grandioso o nosso lindo Tejo, sendo o terceiro mais extenso da península ibérica e que todos os rios correm para o mar...
Isto despertou no Óscar o desejo de conhecer o mar. Muito temos de viajar.
Em visita ao Parque das Nações
Ontem levei o Óscar ao parque das Nações. Fomos ambos passear e absorver aquela energia boa use o Tejo sempre transmite.
Começámos uma caminhada entre os 181 mastros das bandeiras que representam os cinco continentes. Foi, digamos, uma viagem ao mundo com um pouco de loucura à mistura. Eu esparramada no chão para conseguir esta perspectiva e o Óscar todo empolgado por ter saído à rua.
Aqui um jovem desconhecido meteu conversa comigo, um agradável diálogo de longos minutos que me souberam tão bem..
A vida é isto, um eterno encontro inesperado.
Silêncio
Hoje, eu e o Óscar, assistimos à obra prima de Scorsese "Silêncio" considerado um dos melhores filmes de 2016.
O filme aborda a história do cristianismos no Japão, quando no séc. XVII dois padres jesuítas viajam de Portugal até ao Japão em busca do seu mentor o padre Cristóvão Ferreira.
Os dois jovens padres sofrem horrores e testemunham a perseguição dos japoneses cristãos debaixo do regime de Xongonato.
Um dos jovens padres é morto e o segundo questiona-se pelo silêncio de Deus face ao sofrimentos de seus filhos...
Passaram-se quatro séculos e os conflitos por questões religiosas continuam, também eu me pergunto, ode está Deus.
O Óscar foi a Lisboa
Hoje o Óscar foi até Lisboa e, enquanto eu trabalhava ele apreciava a paisagem. E eu, observando esta micro-criatura olhando o mundo através das vidraças, sinto eterna gratidão.
As aventuras do Óscar
Sem vontade de escrever poesia, decidi partilhar o meu projecto fotográfico e narrativo do ano corrente.
O Óscar é um amigalhaço cá de casa companheiro do tempo de faculdade do meu filho. Este ano irá acompanhar-me pelos diversos lugares onde me deslocar.
O Óscar é um amigalhaço cá de casa companheiro do tempo de faculdade do meu filho. Este ano irá acompanhar-me pelos diversos lugares onde me deslocar.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Permite-me dizer não ...
Dorme na espuma do silencio uma tela inacabada
A tinta secou e meus desejos camuflou
A momentos de excesso digo basta
Que me doí esta atracção que me arrastou
Para uma felicidade que nunca me abraça
Já não sou fértil flor, que um dia frutos brotou
Já se foi a força de vendavais enfrentar
Com lágrimas lavei o que vivi e almejei viver
... sofri, senti e não esqueci, nem irei esquecer
Cansei de caminhar no breu, ofuscando meu olhar
Visto de coragem o desejo calado
Fecho o baú dos segredos
E vivo com nostalgia vivenciais de fantasia
E murmuro baixinho ao meu fraco coração
Permite-te doce coração... permitir-me dizer-te que não
E no meu louco divagar ao amor peço perdão
E digo, não !
© Ana Sousa Simões
sábado, 25 de março de 2017
O Duelo
Esqueci como se escreve...
Perdi a caneta e o papel e perdi-me com eles
E a dor de meu peito que com os mesmos desamarrava
Vive em mim aprisionada num sombrio degredo
Lesando meus nervos...
... minha ansiedade arruína e minha fraqueza domina
Esqueci como se escreve
À noite a insónia me acaricia e vou morrendo...
Nesta agonia voraz que não se contém
Quero lembrar de escrever
Penejar meus devaneios sem receios
Idealizar momentos mais ousados
Sentir-me livre num meu breve rabiscar
Permitir à caneta deambular no papel
Escrevendo versos de amor e dor entremeados
E que bailem em sintonia como dois enamorados
E eu ... no árido leito da saudade
Neste duelo abstracto
Expulso sem dó meus gemidos
Envolta no doce aroma da Primavera
Na caneta e no papel delírios fantasio
Que no despontar da alvorada
Esconde-se uma mulher de alegria fantasiada
© Ana Sousa Simões
quarta-feira, 8 de março de 2017
Dia da Mulher
Hoje o "Óscar" deixa o jornal para ler amanhã...
Abrevia o trabalho no "office "
Acelera o passo para apanhar o comboio mais cedo
Antecipa aquele encontro à muito agendado
Avia-se na florista mais próxima
Aprimora-se no seu visual
Ignora a Tv e o tele-jornal
Inspira-se e escreve um soneto
Atreve-se, arrisca-se e num gesto ousado rouba o beijo desejado
Hoje o Óscar relembra a sua meninice e recorda sua mãe suas irmãs, suas amigas de infância
Olhos nos olhos segue a musa que o conduz
E uma singela homenagem emerge a cada gesto
Nesta ligação perfeita honorifica a mulher
...
E a noite chega calma e o dia findou e se o Óscar se atrasou ?
Hoje o dia é tão abstracto...
Porque nós mulheres, musas por poetas e artistas eleitas
Somos mais que uma data difusa esquecida no calendário
Somos a fêmea que seduz e à loucura conduz
Donzela casta, envergonhada que espera sonhadora o canto da alvorada
A esposa rendida; a esposa amada, a mulher amiga... amante
Somos o abrigo o regaço, terra fértil a fermentar
Mente em rodopio, desvario...
A luz no final do túnel, abraço que deslumbra.
A filha, a mãe... o riso o pranto, o colo que aspiras...vida a acontecer
Páginas de um livro por ler ...alma e corpo intenso de Mulher...
Somos nós... Mulheres!
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Desconjuntura
Desconjuntura
Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura
© Ana Sousa Simões
Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Saudade
( Imagem da NET )
Tenho uma caixa de origami
Feita de papel de cetim
Onde guardo saudades tantas
e as desencapoto só pra mim
Sigo encenando sorrisos numa controlada quietação
que manda a sensatez, oculte meu sentir...
e á algia diga não
Numa dor-saudade sentida... na demasiada nostalgia de lembranças várias
Guardo em meu secreto imo, regalos de soberba recordação
E no entre-pensar de te ter e não te ver
Se de dia te recordo ... a noite traz-te a mim
E o sono intermitente, queda-se irrequieto a hibernar
No mesmo, embalo lembranças , afago-te na inolvidável minuta iluminada
Vislumbro ecos que minh'alma tocam
E na cicatriz da memória, me torno viajante
Nesta demente insanidade alucinada
E quero ser tanto e não sou nada...
© Ana Sousa Simões
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Adeus ...
Adeus loucura adeus
Quero que te vás
E meu ser numa alva candura encontre paz
Não nasci para ti nem tu para mim
Nasci para sonhar e meus sonhos não mais vivenciar
Eu não nasci para o amor
Ninguém nasceu para me amar
Sou alma metade, semente do acaso
Que voa no tempo em busca de se encontrar
Mil vezes me virei do avesso
Para vencer a luta que minha vida cercou
E mil vezes moribunda morri... e renasci
Quero que te vás insana loucura
Deixa que plasme de lucidez meu frágil ser
Sinto em mim um obscuro turbilhão que me entontece
E uma firme certeza desta loucura não querer viver
Adeus loucura adeus
Não te quero em vida minha
Liberta-me para sempre, por Deus te peço
Fatigada estou destas algemas que me prendem à bucólica ilusão
De um dia a um qualquer coração pertencer
Como faz doer esta louca ilusão...
Adeus loucura... Adeus !
© Ana Sousa Simões
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Incompreensão
Volta não volta para minha vida desafortuna
Quando de júbilo meu coração sorri
Logo chega a tristeza enciumada
A enxotar tamanha satisfação
Será pura maldade, teimosice, ou obstinação ... ?
Digo pra mim, no meu acreditar utopista
É somente a angústia rebugenta
Brincando com a jovial satisfação
Que, para meu deleite e contentamento
Trás a mim calor e alento, envolto numa ponderada calma
E fico assim em banho-maria , em fogo morno
Numa apatia que me inebria...
E já o dia raiava e a algia não dormia
Ao ver-me submissa deste modo incompreendido
Minha alma alagada de ilusões, de dor se vestia
E eu.. alucinada, embriagada, teimosamente insistia
Cantando louvores por uma alegria que não existia...
© Ana Sousa Simões
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Já é ante-manhã ...
Hoje
A semente que em mim um dia se gerou, germinou e nasceu. Cresceu e gerou amor
A vida não passou por mim indiferente, eu dei vida e a vida deu-me a luz que me conduz
Tornou-me completa ... madre... progenitora... mulher inteira !
Reconhecida, bendigo um sonho colossal por mim ambicionado
Cativa deste amor e ternura sem igual ... sorvo a boa fortuna que me faz esquecer os infortúnios
E sou caminhante num oásis de felicidade
Caminho em glória, ofuscada por este cândido sentimento e para meu deleite
És meu refúgio, és a trave mestre que meu ser sustenta
És minh'alma inteira, és extensão de mim, minha inata alegria que meu coração acaricia
Meu sangue, meu alento, meu rebento... my best friend bem-humorado
Fala-me baixinho, abraça-me de mansinho... não assustes nosso regalo abençoado
Que a Deus rogo com fervor; nosso amor sempre flua e nunca eu venha a te desencantar
Ai que euforia.. já é ante-manhã. Neste dia minha prosa é de alegria !
Hoje...
Sou riso e felicidade e por ti renasci
Rumo à festança, visto-me de poesia e venho festejar teu dia.
Feliz aniversário filho lindo.
© Ana Sousa Simões
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Foi Deus
Foi Deus
Rebusco os mistérios da fé e com fé me reencontro
E creio nessa força secreta que Ele me confere em horas de mágoas tantas
Não quero mais em mim revolta ou pranto
Apenas a doce lembrança do teu sorriso
Já não te procuro mais... porque, te sei sempre presente
Encontro-te mesmo quando de nuvens o céu se despe...
Ouço-te nas frescas águas das ribeiras, no sopro leve do vento
nas cores quentes do sol poente, numa flor que baila ao vento...
A brisa que meu rosto toca... és sempre tu.
Meu aconchego, meu anjo da guarda, minha estrela guia
E eu... eu sou matéria em evolução
Num presente incerto dum passado extinto
Dei tréguas à vida e na vida sacrifiquei meu choro, sufoquei meu grito e firmei minha fé
E num labirinto de acertos e desacertos achei a luz que me conduz
Com preces teci meu caminho e afastei a dor que em mim se fincou
E nesta teia oculta... invento subtis laços de ternura, num éden por mim imaginado...
... onde tu és rainha
Lentamente, reconstruo meu caminho com pedrinhas de gratidão e harmonia
Num solo saturado de sofrer, abandono a dor, liberto o passado
Agracio a vida e volto a ela por inteira... desde a manhã ao final do dia
Porque a vida, essa... é fugidia.
© Ana Sousa Simões
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Estava Escrito
Deambulando neste vácuo oco, privada da tua presença
Estilhaçada, perdida num medonho deserto
E um desejo quimérico de te ver, persiste sem disfarçar
Dói-me as entranhas, meus olhos ardem das lágrimas que não consigo libertar
Meu coração ferido, sinto-o sangrar
Tento acalmá-lo mas ele não se detém e insististe em declinar a veracidade
Porém, neste vazio lancinante, minha apatia começa a entender...admitindo tão agreste pesar
Amaciando a aflição desta luta madrasta
É uma dor ambígua, oscilando entre dois pólos contraditórios
Uma lacuna perdida no espaço, sem asas para voar ou chão pra pisar
Abençoada insanidade que me embriaga, espraiando meu olhar além horizontes
Onde te ouço, te vejo, te sinto e nunca te perco
Eterna é a alma,,, então que não haja pranto na carnal separação
Resignada, liberto meu grito de agonia, seco as lágrimas que não brotei
Abafo a dor que não libertei e esqueço palavras que não escrevi
À noite, elevo meu olhar ao céu de estrelinhas salpicado
Brindam-me os céus com cânticos de alegria e louvor
Que no céu há mais uma estrela a cintilar
Zelando por todos com amor.
│© Ana Sousa Simões

Estilhaçada, perdida num medonho deserto
E um desejo quimérico de te ver, persiste sem disfarçar
Dói-me as entranhas, meus olhos ardem das lágrimas que não consigo libertar
Meu coração ferido, sinto-o sangrar
Tento acalmá-lo mas ele não se detém e insististe em declinar a veracidade
Porém, neste vazio lancinante, minha apatia começa a entender...admitindo tão agreste pesar
Amaciando a aflição desta luta madrasta
É uma dor ambígua, oscilando entre dois pólos contraditórios
Uma lacuna perdida no espaço, sem asas para voar ou chão pra pisar
Abençoada insanidade que me embriaga, espraiando meu olhar além horizontes
Onde te ouço, te vejo, te sinto e nunca te perco
Eterna é a alma,,, então que não haja pranto na carnal separação
Resignada, liberto meu grito de agonia, seco as lágrimas que não brotei
Abafo a dor que não libertei e esqueço palavras que não escrevi
À noite, elevo meu olhar ao céu de estrelinhas salpicado
Brindam-me os céus com cânticos de alegria e louvor
Que no céu há mais uma estrela a cintilar
Zelando por todos com amor.
│© Ana Sousa Simões

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