Poderia...
Poderia sim! coser meus lábios e trancar palavras que gritam por justiça
Vendar meu olhar p'ra não não ver verdades que teimam em se mostrar
Colocar trancas no meu pensar, no meu penar, poderia...
Poderia até, meu sentir com palavras vãs camuflar... máscaras de sorrisos envergar...
Inventar esquecimentos, buscar respostas onde habitam silêncios
Poderia...
Poderia fingir que a vida nada me negou, gritar ao mundo que feliz sou...
Seja lá a felicidade o que for...
Poderia...mas...
Não adianta inventar uma vida colorida tal aguarela de mil cores matizada...
Se minha alma de negrume está pintada
Colher com amor urtigas que irrompem nos silvados agrestes e ama-las como puros lírios campestres...
Esperar milagres mil vezes desejados se até Ele... ou eu... Dele...estamos deslembrados
Poderia envergonhar-me de mais uma dolorosa recaída
De palmilhar ás cegas trilhos sem saída... procurando em vão doces metas...
Poderia...
Disfarçar decepção com ilusão viver num gélido Inverno sonhando com um cálido Verão
E num banquete adiado provar sem degrado a aceitação
Poderia...
Mas não quero mais vestir esta roupagem
Cansei de ganhar coragem, levantar voo e seguir viagem num outro eu inventado
Cansei desta vida de tédio sem remédio encontrado
Cansei de ser ignorada, de ser esquecida
Cansei de mim, cansei de lutar por causa perdida
Desistência? Não!
Acordando e voando... buscando o rumo certo da vida
Poderia...
Mas não quero mais vestir esta roupagem
Cansei de ganhar coragem, levantar voo e seguir viagem num outro eu inventado
Cansei desta vida de tédio sem remédio encontrado
Cansei de ser ignorada, de ser esquecida
Cansei de mim, cansei de lutar por causa perdida
Desistência? Não!
Acordando e voando... buscando o rumo certo da vida
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