Perdi-me num tempo que passa por mim paradoxo em absurdo desatino
E tresloucada, assim vagueia desgovernada, minha mente sem governo
Sinto-me irreconhecível meu coração é bílis apodrecida
Minha boca, um azedume que sabe a fel e por um um quase nada vocifera em histeria
De tanto padecer perdi-me por ruelas de angústia e martírios
Entre remorsos, pesares e arrependimentos, congelei sentimentos sadios
E lágrimas cruéis escorrem como cascatas, gelando meu rosto e congelaram meu coração
Meu sorriso atrofiou, minha doçura amargou e minha sanidade chegou ao fim
Fraquejando vou tombando e levanto-me... sucumbo a auguro de algum feitiço ruim
Dói-me a mente, doí-me o corpo, doí-me o coração
Na grande roda da vida, embarco numa viagem fantasiosa
Subo trepadeiras de ilusões quase desfeitas
Balanço em impulsos de emoção em correntes imperfeitas e nelas busco protecção
Balanço em impulsos de emoção em correntes imperfeitas e nelas busco protecção
Aos Deuses em que já não creio, desesperada rezo com fervor,
Sejam de ouro os enlaces que me estão a estrangular, ofereçam-me algodão doce ao invés de amargas dores , suspendam este meu estado bipolar, quebrem meu desassossego
Que na paz da brancura de uma folha de papel, repousem meus dilemas.