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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

sábado, 26 de março de 2016

Amor Divino


Amor Divino

Perdoa Divino Deus minh'alma inquieta que vagueia à deriva  por caminhos conturbados 
É tamanho o frio, o abandono, o desamor, por mim encontrado
Não sei em que Pai creio...  não sei a quem entrego minha oração...  
Não aceito a fome dos inocentes
o frio dos desabrigados, a solidão, o abandono dos desafortunados...
Que entre lágrimas e preces vão fundindo seu assombro
Ansiando graças numa vida ingrata de dor tatuada
E esperam  clemencia ante sua crença na mansidão duma vida de escombros
Quero cumpridos os direitos prometidos ! Que a justiça não passe de uma utopia  e que abolida seja a ganancia  e a ambição... não fomos todos teus filhos eleitos ?
Perdoa Divino Deus  meu eco de revolta rasgado... perdoa minha ingratidão
É tanta a incompreensão  que perturba meus passos e Tu...guião  que me encaminha nos enviesados caminhos  do meu  caminhar
Aos pés da tua cruz me aqueço e em teu manto de sangue / por amor manchado / me acoito
E protegida,  me quedo muda,  saboreando a semente de paz e amor em minh'alma a germinar
E nesta reafirmada fé, só me ocorre dizer-Te 
Graças Deus que de viver estava sedenta e tu me saciaste,  apartada da fé caminhava sem rumo e foste Tu meu fio de prumo
De mim bani hóspedes indesejáveis, retorno a Ti de mácula manchada , encontrei a luz e bendigo Jesus
Mas...na certeza desta batalha sem tréguas... não calarei meu grito...
Na crença de uma humanidade  justa sem laivos de fantasia 
Um mundo de  paz,  amor, bênçãos e alegria !

© Ana Sousa Simões







terça-feira, 8 de março de 2016

Mulher

Mulher

Tu és a fêmea  que zela e lambe as feridas das  crias...das tuas e das gerações vindas 
 Afagas e relevas quaisquer incorrecção  com beijos de amor e perdão
Tu és aquela que ama complacente, tolerante e sem exigência
Tu és a irmã, a mãe, a filha,  a esposa, a amiga , a amada-amante...
em todas elas tu és rainha, soberana imperatriz
Mulher 
Tu és bravura e na tua tenacidade simulas teu sofrer, 
assegurando,  que essas   lágrimas salgadas que ardem teu rosto ao seu passar...
são a razão do teu alegrar ...  e teu pranto é sonata que embala...
Tu és dócil, gentil , tolerante... mulher, és tu;  poesia que  o poeta inspira
És luz esplendorosa que ilumina a penumbra em momentos te aflição
Tu és divina, tu  és adoração... Mas  essencialmente... Tu és humana!
Assim... és também...
Frenética, altiva, inquieta,   impaciente, tu és fascínio e desvario , acerto e desacerto,  mulher caprichosa...
És combustível que inflama, poção que embriaga, és é sol que acalenta, és chuva que resfria, um rasto de luar, nuvem que flutua no firmamento alheia ao pensamento
És valsa bailando sensualmente em  leito desejado, és carência, és tragédia e gargalhada
És corpo e alma inseparáveis ;  comunhão entre o imperfeito e a perfeição
Mulher...Sou eu !
Um  tudo onde me perco e um nada onde me encontro

© Ana Sousa Simões 


sábado, 5 de março de 2016

Caminhando


De recuos e avanços é feita a existência 
Passo em frente empurrão atrás
entre  trevas e luar  se vai tecendo a vida
tão  acidentada é a dureza deste ir e voltar
E a força... extenuadamente  reunida 
Recua desarmada, rendida...   e em marasmo se desfaz...
Recua a esperança renovada, a coragem alcançada, a destreza de se ser audaz
e a roda na mó de baixo, austera,  insípida, gelada...
lambuza-nos de beijos amargos como fel
Eis que...
 Subitamente um novo ciclo chegará sem aviso prévio e  é tempo  de festejo
Rufam tambores escutam-se sons melodiosos sem igual
ocultando a dor nevada equilibrando  agruras intemporais 
E subindo até ao cume... sem olvidar este amor...  jamais!
Alcanço o topo   desejado... e é tempo de festim
Elevemos pois o riso, a alegria o carinho a paixão
É tempo agora de beijos doces,  corpos  ardentes enlaçados
amantes apaixonados nutridos de prazer festejando a liberdade 
Vida fértil que  tudo me dá...  e amor em mim gerou...
Ainda  que ... o mesmo não passe de uma florida  ilusão
Renego tristezas e dores  tamanhas corto pela raiz ervas daninhas
Caminho morosamente...  que na penumbra já avisto o túnel de saída
E de ânsia de subsistir abunda minh'alma e meu corpo de mulher
Nesta mutação, sequiosa de ser...  serei inteira serei audaz
 E de apreciar a vida serei capaz!

© Ana Sousa Simões