Acerca de mim

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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

sábado, 31 de outubro de 2009

SONHOS DE OUTONO

MOMENTOS




Quando o tempo passa
Ao ritmo de uma valsa
Numa rede sedosa
De conversas e diversão
Amizade e emoção
Sinto um secreto desejo de libertação
Quando passeando á beira-mar
A brisa corre suave
Aprazível e perfumada
Despertando ao meu olhar
Barquinhos pintados de todas as cores
Por gaivotas povoados
Sinto felicidade
Quando o sol desce no horizonte
Envolvendo num véu de bruma
Silhuetas apaixonadas
Mergulhados num banho inebriante
De ternura e amor
Sinto a fragilidade da solidão
Quando por caprichos da Natureza
O verde esperançado
Divinamente pintalgado
De amarelo, castanho e vermelho da paixão
Sinto como é doce passear
Numa tarde de Outono
Sonhando com os raios de sol
De uma tarde de Verão
Quando chega a madrugada
Tempo intermédio
Tempo frenético
Instantes de alegria
Pura euforia
O raiar de um novo dia
Ainda desconhecido
Tal folha em branco
Ou livro por escrever
Sinto a clarividência
De uma vida que passou por mim
 Antes de a viver.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Meu Presépio








 

...



Neste presépio á beira-mar, me deixo levar


E, volto a ser criança

Ouço gargalhadas vibrantes

O bater das ondas do mar

Vejo florescer os chorões

Papoilas dançando ao vento

Recordo, silhuetas afiladas correndo no areal

Sinto, saudade, amor e alegria

Lembro os sonhos que aqui sonhei

Sinto-te!

E, neste deslumbramento

Me quedo mais um momento



Recorda-nos...



As nossas brincadeiras

As nossas travessuras

As conversas de noites inteiras

O som das gargalhadas no travesseiro abafadas

A cumplicidade no olhar

Os sonhos que sonhámos

O futuro que idealizámos

As lições que das dificuldades tirámos

Sonhos perdidos no tempo

Sonhos que ficaram para sempre

Reflecte, e vê

Nada mudou, só o tempo passou

Eu sou a mesma

A brisa que toca teu corpo, sou eu!

O sol que te aquece, sou eu!

A água das chuvas que leva tuas mágoas, sou eu!

Eu sou aquela que te ama

Eu sou aquela que te apoia

Eu sou aquela que a distância não separa

Eu sou aquela que nunca te abandona

E tu...

Tu és, amigo, fiel, companheiro...

Tu és o mano mais novo, que me protege

Tu és minha vida, minha alegria

Tu és minha estrela guia

Tu és...

Meu irmão




domingo, 4 de outubro de 2009

Lágrimas



No trem da memória
Parto em viagem
Percorro labirintos da vida
Por sofrimentos enegrecida
Entro em ruelas do passado
De pensamento descontrolado
Deslizando veloz
Descarrilo chorando amargamente
De olhos turvos de lágrimas
Embato bruscamente no mundo duro e real
Atónita estonteada puxo o fio á meada
Com a graça de uma fábula
A força de uma parábola
Dou inicio ao meu relato….
Misteriosa mulher
Pobre de cultura rica em reflexão
De sensibilidade imortalizada
De afecto desnudada
Vacilante evasiva
Em busca do amor não vivido
Em busca do tempo desejado
Em busca da vida perdida
A memória diz-lhe: És o que foste.
A consciência afirma-lhe: És o que te deixaram ser
E ela mulher….
Onde o tempo urge e é urgente viver
Dá por terminada a viagem
Como fábula que encerra o enigma
Dançando ao ritmo da vida
Que sonha um dia vir a viver
Escondida atrás de um sorriso
Sonha com esperança
Porque essa…
NUNCA
A quer perder

© 2009 - Ana Simões