De recuos e avanços é feita a existência
Passo em frente empurrão atrás
entre trevas e luar se vai tecendo a vida
tão acidentada é a dureza deste ir e voltar
E a força... extenuadamente reunida
Recua desarmada, rendida... e em marasmo se desfaz...
Recua a esperança renovada, a coragem alcançada, a destreza de se ser audaz
e a roda na mó de baixo, austera, insípida, gelada...
lambuza-nos de beijos amargos como fel
Eis que...
Subitamente um novo ciclo chegará sem aviso prévio e é tempo de festejo
Rufam tambores escutam-se sons melodiosos sem igual
ocultando a dor nevada equilibrando agruras intemporais
E subindo até ao cume... sem olvidar este amor... jamais!
Alcanço o topo desejado... e é tempo de festim
Elevemos pois o riso, a alegria o carinho a paixão
É tempo agora de beijos doces, corpos ardentes enlaçados
amantes apaixonados nutridos de prazer festejando a liberdade
Vida fértil que tudo me dá... e amor em mim gerou...
Ainda que ... o mesmo não passe de uma florida ilusão
Renego tristezas e dores tamanhas corto pela raiz ervas daninhas
Caminho morosamente... que na penumbra já avisto o túnel de saída
E de ânsia de subsistir abunda minh'alma e meu corpo de mulher
Nesta mutação, sequiosa de ser... serei inteira serei audaz
E de apreciar a vida serei capaz!
© Ana Sousa Simões
1 comentário:
A nossa vida, por vezes, sofre mutações.
Se ela for negativa, temos que reunir forças para procurar uma boa saída.
Se ela for positiva, é o tempo de aproveitar e ser feliz.
Com avanços ou recuos, é a única que temos. Por isso, há que a aproveitar ao máximo.
O teu poema é excelente. Gostei imenso.
Boa semana, minha querida amiga Ana.
Beijo.
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