Vou espantar o dragão que andou solto me circundando
Varrer do ano velho mortas dores
Afagar meu padecer com amor e as feridas lamber
E, à luz da alvorada serei um oásis em mutação
Minh'alma foi ânfora estilhaçada, no ano que findara
Triste, apagada, sem sonhos ou almejos
Neste novo ano serei rainha coroada
Dona de uma força inesperada e de amor serei fadada
E neste rodopio, anda minha mente em tamanho desvario
E vislumbro na penumbra de um olhar... mais um desafio
Quanto agreste é a dureza de viver
E quão sedutor pode ser o luar
Que em noites de insónia, em meu leito meu rosto vem beijar
Não serei mais escrava acorrentada à carência ou a insano delírios
Vou encontrar meu rumo e sair da bruma onde me perdi
Viver em pleno o ano que por mim chama
Seja lá como for.. com sorrisos, lágrimas ou drama
Vou espraiar meu olhar em horizontes de luz
Entre a mentira e a verdade, recta ao paraíso
Palmilhar o jardim dos caminhos que bifurcam
E... na insustentável leveza de um ser...
Renascer !
© Ana Sousa Simões
© Ana Sousa Simões