Não me peçam silêncios
Pois...
É nas palavras que escrevo...
Que abafo a dor, abraço a alegria e louvo a vida
É nas palavras...
Que desnudo minh'alma, tranco lamentos e liberto sentimentos
Descanso meus cansaços e eternizo momentos
É nas palavra que meu sorriso aflora e minha ternura mora
Enlaçam-me as palavras... minha doce melodia
Quando meu coração alucinado chora baixinho
Neste mundo que é só meu...
Pois..
Meu caderno é meu palco onde a assistência me olha sem me ver e me lê sem me entender
E eu...
Eu sou a caneta que vai bailando ao compasso do pensamento em cândida inocência
E neste desconcertante desvario
Reencontram-se em chão macio, murmúrios de fantasia e de verdade
E nesta escrita indecifrável
Entre rabiscos de mel e fel
Vagueia peregrina
Uma caneta bailarina.
© Ana Sousa Simões