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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

domingo, 3 de julho de 2016

Encontro ao Reencontro

Há tempo de afazeres, muita azáfama e correia
Momentos em que o coração anavalhado por dores lancinantes nos paralisa
 E petrificada, nossa'alma gélida, penetra num abismo profundo, angustiante num silêncio mordaz
Há dias em que penso demais e a tristeza toma conta de mim
Mas o  vento passou e numa brisa protectora meu pensamento levou
E cada palavra me soa a poesia
Há tempo de lazer,do sabor adocicado de " non fare niente"
E nem a vizinha rezingona estraga nosso dia
E até conseguimos voar, fazer o pino, brincar, saltar
Simplesmente por recordar o quão delicioso é sonhar
Há dias que viver, combina com alegria, aventura, sol, mar e lua
Montanhas, cidades ou praia... o lema é sair prá rua
Então...
Vou rumar à quietude, à placidez do silêncio numa pacatez impenetrável
Reencontrar o equilíbrio, repousar meu olhar na mansidão do cume de uma montanha
Num murmúrio de um riacho
Viajar... fugir de mim para me reencontrar
Saio nesta estação e deixo o trem à espera de mim
Tenho o roteiro alinhavado e passagem comprada com bilhete de ida e volta
Na bagagem levo afectos, coragem e amor e aventuras sem fim
Vou d'alma ampla, sem limites assistir ao desfile fragmentar duma vida em que todos estamos somente de passagem
Embarcar nesta valiosa viagem com paragem obrigatória a um descanso diferenciado
Vou explorar as sonoridades da natureza, roubar ao tempo o tempo que a vida me levou
Perder-me na vastidão do desconhecido, reunir histórias
Gravar paisagens inesperadas, gentes e locais, geometrias e arquitecturas na minha câmara
Vou perder a identidade, o norte o sul, as horas os dias e reencontrar a esperança
algures entre a razão e a ficção sempre na perspectiva lírica de uma eterna apaixonada
Orientar meu caminho, agitar meu corpo minha mente e sentir o bem que isso me faz
Vou dar lugar ao que sou, encontrar-me e ser audaz.

© Ana Simões



2 comentários:

Jaime Portela disse...

A felicidade, por vezes, dá muito trabalho. Mas valem a pena todos os esforços para a (re)encontrar.
Gostei do seu poema, é excelente, minha querida amiga.
Ana, tenha um bom resto de semana.
Beijo.

Jaime Portela disse...

PS: a foto é magnífica.