Acerca de mim

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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Permite-me dizer não ...


Dorme na espuma do silencio uma tela inacabada 
A tinta  secou e meus desejos camuflou
A momentos de excesso digo basta 
Que me doí esta atracção que me arrastou 
Para uma felicidade que nunca me abraça 
Já não sou fértil flor, que um dia frutos brotou
Já se foi a força de vendavais enfrentar 
Com lágrimas lavei o que vivi  e  almejei  viver
... sofri, senti  e não esqueci,  nem irei esquecer
Cansei de caminhar no breu, ofuscando meu olhar
Visto de coragem o desejo calado
Fecho o baú dos segredos 
E vivo com nostalgia vivenciais de fantasia  
E murmuro baixinho  ao meu  fraco coração
Permite-te doce coração... permitir-me dizer-te que não
E no meu louco divagar  ao amor  peço perdão
E digo, não !

 © Ana Sousa Simões 



sábado, 25 de março de 2017

O Duelo





Esqueci como se escreve...
Perdi a caneta e o papel e perdi-me com eles
E a dor de meu peito  que com os mesmos desamarrava
Vive em mim aprisionada num sombrio degredo
Lesando meus nervos...
... minha ansiedade arruína e minha fraqueza domina
Esqueci como se escreve
À noite a insónia me acaricia e vou morrendo...
Nesta agonia voraz que não se contém
Quero lembrar de escrever
Penejar meus devaneios sem receios
Idealizar momentos mais ousados
Sentir-me livre num meu breve rabiscar
Permitir à caneta deambular no papel
Escrevendo versos de amor e dor entremeados
E que bailem  em sintonia  como dois enamorados
E eu ... no árido leito da saudade
Neste duelo abstracto
Expulso sem dó meus gemidos
Envolta  no doce aroma  da Primavera
Na caneta e no papel  delírios fantasio
Que no  despontar da alvorada
Esconde-se uma mulher de alegria fantasiada

© Ana Sousa Simões

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia da Mulher



Hoje o "Óscar" deixa o jornal para ler amanhã...
Abrevia o trabalho no "office  "
Acelera o passo para apanhar o comboio mais cedo
Antecipa aquele encontro à muito agendado
Avia-se na florista mais próxima
Aprimora-se no seu visual
Ignora a Tv e o tele-jornal
Inspira-se e escreve um soneto
Atreve-se, arrisca-se e num gesto ousado rouba o beijo desejado
Hoje o Óscar relembra  a sua meninice e recorda sua mãe suas irmãs, suas amigas de infância
Olhos nos olhos segue a musa que o conduz
E uma singela homenagem emerge a cada gesto
Nesta ligação perfeita honorifica a mulher
...
E  a noite chega calma e o dia findou e se o Óscar se atrasou ?
Hoje o dia é tão abstracto...
Porque nós mulheres, musas por poetas e artistas eleitas
Somos mais que uma data difusa esquecida no calendário
Somos a fêmea que seduz e à loucura conduz
Donzela casta, envergonhada que espera sonhadora o canto da alvorada
A esposa rendida; a esposa amada, a mulher amiga... amante
Somos o abrigo o regaço, terra fértil a fermentar
Mente em rodopio, desvario...
A luz no final do túnel, abraço que deslumbra.
A filha, a mãe... o riso o pranto, o colo que aspiras...vida a acontecer
Páginas de um livro  por ler ...alma e corpo intenso de Mulher...
Somos nós... Mulheres!

© Ana Sousa Simões






terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Desconjuntura

Desconjuntura

Numa sociedade cada dia mais egoísta
Onde impera a actua conjuntura económica
Onde vinga a discórdia, o desemprego, a pobreza...
Caminhamos por ermos lugares
Despovoados de sentimento
Falamos para maquinas, falamos para nós mesmos
E... nesta ausência de contacto
Debatemo-nos com os nosso eus
Combatendo incessantemente
O monstro em que se tornou esta sociedade onde vivemos
Lutamos, batalhamos , esforçamo-nos
E, constatamos
Vivemos num mundo louco
Sobrevivemos
E... rendomo-nos à loucura

 © Ana Sousa Simões