Hoje, fizeste-me chorar... mas não te recrimines
São negras e amargas as dores, que sabemos, não mereces sentir
Sentenças enlameadas, veem à tona sem premissas ou razão
Em fileira alinhadas, de justiça estranguladas
Numa vida desalinhada, ferem o frágil coração
Hoje, neste choro há muito embargado
E neste despertar sem dormir... de repente tudo assusta
Nada mais importa...
Neste chão infértil num terreno baldio carente de horizontes
Vou cedendo às certezas, sem certezas de nada
por fim, em insana alucinação, pinto de paz o cosmos e, sossego...
O destino está ditado, os dados foram lançados prontamente após o nascer
tudo que nos resta é viver, o instante, o momento. Sem azedume ou irritação
Apenas aceitação.
Nesta viagem... sofremos, rimos, choramos...
saboreando o mel e o fel, a dádiva e a maldição
São vãos os ais e queixumes que inutilmente lamentamos
Então...
Vamos da vida fazer um festim, do inicio até ao fim
Desviando calhaus, caminhamos por campos perfumados de alfazema e alecrim
Num mar de risos e encantos, embebedamos o coração
Entre alegrias e prantos desvendamos a cor do destino
E seguimos caminho... Sempre unidas como dedos da mão.
Ana Simões
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