Acerca de mim

- Ana Simões
- Sintra, Lisboa, Portugal
- Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.
sábado, 25 de março de 2017
O Duelo
Esqueci como se escreve...
Perdi a caneta e o papel e perdi-me com eles
E a dor de meu peito que com os mesmos desamarrava
Vive em mim aprisionada num sombrio degredo
Lesando meus nervos...
... minha ansiedade arruína e minha fraqueza domina
Esqueci como se escreve
À noite a insónia me acaricia e vou morrendo...
Nesta agonia voraz que não se contém
Quero lembrar de escrever
Penejar meus devaneios sem receios
Idealizar momentos mais ousados
Sentir-me livre num meu breve rabiscar
Permitir à caneta deambular no papel
Escrevendo versos de amor e dor entremeados
E que bailem em sintonia como dois enamorados
E eu ... no árido leito da saudade
Neste duelo abstracto
Expulso sem dó meus gemidos
Envolta no doce aroma da Primavera
Na caneta e no papel delírios fantasio
Que no despontar da alvorada
Esconde-se uma mulher de alegria fantasiada
© Ana Sousa Simões
quarta-feira, 8 de março de 2017
Dia da Mulher
Hoje o "Óscar" deixa o jornal para ler amanhã...
Abrevia o trabalho no "office "
Acelera o passo para apanhar o comboio mais cedo
Antecipa aquele encontro à muito agendado
Avia-se na florista mais próxima
Aprimora-se no seu visual
Ignora a Tv e o tele-jornal
Inspira-se e escreve um soneto
Atreve-se, arrisca-se e num gesto ousado rouba o beijo desejado
Hoje o Óscar relembra a sua meninice e recorda sua mãe suas irmãs, suas amigas de infância
Olhos nos olhos segue a musa que o conduz
E uma singela homenagem emerge a cada gesto
Nesta ligação perfeita honorifica a mulher
...
E a noite chega calma e o dia findou e se o Óscar se atrasou ?
Hoje o dia é tão abstracto...
Porque nós mulheres, musas por poetas e artistas eleitas
Somos mais que uma data difusa esquecida no calendário
Somos a fêmea que seduz e à loucura conduz
Donzela casta, envergonhada que espera sonhadora o canto da alvorada
A esposa rendida; a esposa amada, a mulher amiga... amante
Somos o abrigo o regaço, terra fértil a fermentar
Mente em rodopio, desvario...
A luz no final do túnel, abraço que deslumbra.
A filha, a mãe... o riso o pranto, o colo que aspiras...vida a acontecer
Páginas de um livro por ler ...alma e corpo intenso de Mulher...
Somos nós... Mulheres!
© Ana Sousa Simões
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