Ombros caídos, rosto pendente
Triste olhar de quem já nada sente
Lá segue caminho a inocente pequena
Ignora o vulgo que seu penar ampliou
Exclui enfados de tuta e meia
Decidida a viver num todo a vida por inteira
Caminha em fatal cegueira...
A inocente pequena
Aos poucos, vai despindo as vestes do acanho
Sem cerimónias, mas subtil, faz-se ao caminho do carinho
Na espera que num impulso, a vida apure sabor e cor
E na transparência da sua nudez
Em ébrio devaneio falseia... e sente-se dulcineia
Desperta a inocente pequena
Num fétido odor de quimeras mortas
Olhos roxeados de fundas olheiras
Derramam lágrimas a troco de beijos
Esvazia o coração em doces solfejos
A inocente pequena...menina mulher...
Uma tristeza imprecisa devora-lhe a alma
E num vaguear incerto sente-se só
De arrojo veste sua alma, carente de afagos
Percorre a calçada compassada... ao findar de mais um dia
E no seu humilde linguarejar confessa
Em ti confio...Poesia !
© Ana Sousa Simões - 2015
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