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Sintra, Lisboa, Portugal
Porque me apraz e somente porque me apraz... vou rabiscando palavras no meu modesto linguajar. Palavras que oscilam entre o mel e o fel podendo roçar a minha biografia, não será a narrativa da minha individualidade e ou, do meu sentir. São apenas os meus Rabiscos de Mel e Fel.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caderno de viagem


A noite finda dissipando e escuridão, o sol desperta trazendo um novo dia a montes e vales adormecidos… É ainda muito cedo, mas a euforia de conquistar os picos montanhosos não me deixa dormir e parto á aventura. Sinto-me como as aves de rapina que sobrevoam a bela cadeia montanhosa.
Sem guia, apenas um lema: O respeito, respeito pela Natureza.
Avanço por serpenteamos caminhos naturais, recordo a alegre canção da Heidi, e incontrolavelmente começo a cantarolar, fazendo despertar a criança que há em mim. Vou subindo alegremente e cruzo-me com um jovem pai e suas duas meninas, logo trocamos conversa, mostro-lhes um gafanhoto que se encontra sobre o dedo de meu marido, aproveito para o fotografar, e logo fico a saber que para eles este lindo insecto se chama “salta-montes”, trocamos mais umas palavras sempre de sorrisos nos lábios, também eles entoam uma canção, tento acompanha-los mas rendo-me em risadas… a dada altura os caminhos separam-se e um aceno simpático faz com que nunca mais esqueça tais rostos, é impressionante a mudança de comportamento quando nos encontramos em natureza, é inevitável não comparar á frieza vivida na cidade ao longo de um ano de trabalho….Sigo o meu sonho, chegar ao ponto geodésico e vou avançando, a paisagem é de cortar a respiração, os “salta-monte ( gafanhotos) já acordaram á muito e também eles nos cantam uma canção, as borboletas esvoaçam de flor em flor, os vales estão repletos de belas e coloridas flores e o seu cheiro é inebriante. Bosques frondosos oferecem-nos suas sombras aqui e ali, o dia vai avançando e bancos de nuvens rolam pela orla das montanhas preparando-se para beijarem o vale ao cair da noite. Depois de muitas paragens para me deliciar com panoramas etéreos dignos dos mais belos sonhos, os maciços surgem alucinantes como corpos erguidos ao céu, despidos de suas vestes brancas, a rocha escura brilha aos últimos raios de sol que teimam em espreitar pelas densas nuvens, chuva e trovoadas foram por breves instantes minhas companheiras desta aventura, mas parecendo respeitar o meu desejo dissiparam-se á minha chegada ao cume.
Cheguei! Liberto todas as tensões, o panorama sobre o vale e o lago glaciar é soberbo, desfruto de momentos de meditação, conforto para o espírito, sinto-me ainda mais pequenina perante a imponência destes gigantes, sentada no seu sopé, saboreio os frutos silvestres que colhi…estou no topo do mundo, a Natureza impõe todo o seu esplendor, e eu, EU…Dou graças por estar viva.

1 comentário:

Conceição disse...

Sou amiga da sua mãe e foi por ela que ouvi falar de si e do seu trabalho. Os elogios que ouvi, não fazem justiça a qualidade do seu trabalho. Obrigada por me ter enviado o endereço do seu blog e dos sites onde tem os seus trabalhos. Muitos parabéns. As suas fotografias, bem como os seus textos revelam enorme talento e apurada sensibilidade. Um beijinho. Conceição Ramos